A Comissão de Gestão das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) anulou o concurso para o recrutamento de 18 gestores. Segundo uma publicação do jornal notícias, o anúncio foi feito esta terça-feira, 13 de Maio, mas a companhia não explicou os motivos para a decisão.
O concurso visava a selecção de 11 directores e sete chefes de postos em várias áreas da empresa. Entre as vagas estavam funções nas áreas comercial, financeira, recursos humanos, técnica, operações e sistemas de informação, entre outras.
Estavam também previstas vagas para o Gabinete de Auditoria Interna, Gabinete Jurídico, Gabinete de Qualidade, Segurança e Ambiente, além dos gabinetes de Estudos e Planeamento, Comunicação Institucional e Segurança.
A decisão de anular o concurso foi tomada pela nova Comissão de Gestão, que assumiu a direcção da LAM na mesma terça-feira. No entanto, a companhia aérea não forneceu detalhes sobre as razões que levaram à revogação do processo de recrutamento.
A anulação abrange ainda os postos no Gabinete de Ética Corporativa, Gabinete de Controlo Financeiro, Gabinete Técnico-Operacional e Gabinete do Plano de Resposta a Emergências. Como resultado, várias áreas-chave da empresa foram afectadas.
Este movimento ocorre no contexto da reestruturação da LAM, com a nova gestão a desempenhar um papel crucial na reformulação da companhia, embora sem esclarecer as razões que levaram à suspensão do concurso público.
Em Fevereiro, o Executivo anunciou a alienação de 91% das acções do Estado na companhia aérea através de negociação particular. O valor estimado a ser arrecadado com a venda das acções do Estado – cerca de 130 milhões de dólares (8,3 mil milhões de meticais) – deverá destinar-se à aquisição de oito novas aeronaves e à reestruturação da empresa.
O Presidente da República, Daniel Chapo afirmou, recentemente, que há “raposas e corruptos” dentro da empresa LAM, que possuem “conflitos de interesse” e que impediram a reestruturação da companhia de acordo com o previsto no plano dos primeiros 100 dias de governação.
O Executivo comunicou que vai avançar com uma auditoria forense às contas da empresa referentes aos últimos dez anos, um processo que será concluído em menos de seis meses. Na sequência, uma fonte governamental admitiu ainda que será necessário, igualmente, “reduzir o número de trabalhadores” da companhia, dos cerca de 800 actuais, devido à frota reduzida.