Nesta terça-feira, 13 de Maio, o auditório do Centro Cultural Franco-Moçambicano (CCFM), em Maputo, acolheu a estreia da curta-metragem Vândalos, uma produção moçambicana que se destaca pela sua força visual e narrativa intimista. Com uma duração de 15 minutos, o filme foi realizado por Melchior Ferreira, cineasta e director criativo, e Billy Boy (Américo Bila), co-realizador e storyteller visual. A história retrata a realidade de jovens que vivem à margem das cidades e da sociedade.
De acordo com um comunicado de imprensa, o filme aborda a vida de Lembranço, um jovem “chip boy” que é constantemente rotulado de “molwene” – um vândalo, um zé-ninguém. Mas quem olha para além da superfície encontra algo que a sociedade tantas vezes não vê: talento, coragem, sonhos e humanidade.
“Vândalos começou como uma ideia solta e tornou-se um grito suave, visual e íntimo sobre quem somos e quem é, tantas vezes, deixado para trás”, explicou Melchior Ferreira.
A curta-metragem é uma resposta sensível e crua à realidade de milhares de jovens moçambicanos que crescem à margem – das cidades, das oportunidades e da escuta.
Produzido de forma independente pelas produtoras Codec Life e Panic Station, com o apoio da Create Moçambique, ‘Vândalos’ é o resultado de uma equipa apaixonada por histórias que tocam, provocam e transformam.
“É um filme sobre exclusão. Mas também sobre presença. Sobre não desistir de ser visto, mesmo quando o mundo olha para outro lado”, disse Billy Boy.
A estreia foi o início de uma longa viagem: o filme já foi premiado como Melhor Curta-Metragem no Cinalfama Film Observatory, em Portugal, e seleccionado para quatro festivais internacionais de cinema.
Seguir-se-ão exibições comunitárias e sessões de debate.