Frequentemente descritas como os “nervos” de uma economia, as estradas são muito mais do que simples troços de alcatrão – são elementos essenciais para o comércio, para a conectividade e para o desenvolvimento de qualquer país. Ao permitirem a circulação contínua de pessoas, bens e serviços, as estradas ocupam o centro de qualquer economia dinâmica.
Seja para transportar produtos agrícolas até aos mercados, levar trabalhadores às empresas, estudantes às escolas ou ambulâncias aos hospitais, as infra-estruturas rodoviárias são indispensáveis na vida quotidiana das populações.
Em África, as estradas são o principal meio de circulação. Estima-se que 80% do tráfego de mercadorias e 90% do tráfego de passageiros no continente dependam da rede rodoviária, o que evidencia a sua enorme importância. Apesar disso, África enfrenta um grave défice dessas infra-estruturas.
Muitas das redes existentes são subdesenvolvidas, mal conservadas ou mesmo inexistentes em regiões mais isoladas. Esta realidade contribui directamente para o aumento dos custos de transacção, atrasos na logística comercial e, consequentemente, para o fraco comércio intra-africano, que representa apenas 18% do total – um valor bastante inferior ao registado em regiões como a Europa ou a Ásia.
Conscientes das perdas económicas provocadas pela má qualidade das estradas, vários países africanos estão a reforçar o investimento em infra-estruturas rodoviárias. Governos e organismos regionais têm vindo a priorizar projectos estratégicos para expandir e modernizar as redes existentes. O objectivo é claro: melhores estradas proporcionam maior acesso aos mercados, mais mobilidade, custos de transporte mais baixos e novas oportunidades de emprego, sobretudo em zonas rurais, onde o isolamento limita o desenvolvimento.
Esses projectos são também essenciais para o sucesso da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA), que depende de uma boa conectividade para potenciar o comércio entre os países do continente.
A África do Sul lidera a lista dos países com as maiores redes rodoviárias, com um sistema desenvolvido e extenso, reflexo do seu estatuto como uma das economias mais industrializadas de África. A Nigéria surge em segundo lugar, impulsionada pela sua grande população e peso económico, enquanto o Quénia ocupa a terceira posição, beneficiando de infra-estruturas em rápido crescimento e da sua crescente relevância enquanto centro económico da África Oriental.

Fonte: Business Insider Africa