O presidente da Confederação das Associações Económicas (CTA), Agostinho Vuma, afirmou, esta terça-feira (25), que o sector privado não pode retomar as suas actividades sem garantias claras, especialmente considerando o actual clima de manifestações em várias partes do País. Vuma reagia às recentes medidas anunciadas pelo Governo para aliviar a pressão financeira sobre as Pequenas e Médias Empresas (PME).
Num encontro com representantes de bancos comerciais, o Governo revelou um pacote de medidas, incluindo a criação de linhas de crédito bonificadas. Essas linhas são destinadas às empresas sem dívidas, mas que necessitam de capital para reactivar os seus negócios, com juros anuais estimados em 15%.
No entanto, Agostinho Vuma expressou preocupações quanto à eficácia dessas medidas. O presidente da CTA questionou como poderão as empresas, que já possuem empréstimos em andamento, aceitar novos créditos, considerando o risco iminente de novas manifestações e vandalismo.

Para o responsável, as condições de acesso e o custo dos fundos precisam de ser mais bem avaliados, para que o sector privado possa, de facto, beneficiar das medidas propostas.
Além disso, Vuma chamou a atenção para o clima de insegurança no País, particularmente em relação aos raptos de empresários. Este ano, três empresários já foram sequestrados, o que, segundo o líder da CTA, reflecte uma onda de violência e intolerância crescente em Moçambique.
“Vivemos um momento de ódio, em que não se reconhece que as nossas empresas são responsáveis por gerar empregos e lucros”, afirmou. Para Vuma, a segurança é um factor essencial para que as empresas possam operar com confiança e retomar as suas actividades de forma sustentável.
O presidente da CTA apelou à reflexão sobre as medidas de segurança e à necessidade de um ambiente mais estável para a retoma económica do sector privado.
Fonte: O País