O Governo afirmou esta terça-feira, 5 de Agosto, que o plano de aquisição de aviões Boeing pela companhia estatal Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) continua em curso, apesar do lançamento de um concurso para o aluguer de cinco aeronaves, anunciado a 31 de Julho. O objectivo da medida é garantir a continuidade do serviço de transporte aéreo no País, informou a agência Lusa.
“Enquanto decorre o processo de aquisição de compra de aeronaves é preciso que o serviço de prestação de transporte não seja paralisado. Parece ser mais rápido alugar um avião ou dois, permitindo que o processo de compra normal possa correr”, disse o porta-voz do Governo, Inocêncio Impissa, no final da reunião do Conselho de Ministros, decorrida em Maputo esta terça-feira, 5 de Agosto.
O concurso lançado pela LAM visa o aluguer de curta duração de até cinco aeronaves, em regime de “wet lease”, o que implica a disponibilização das aeronaves com tripulação, manutenção e seguro incluídos. A medida responde à procura crescente por serviços de aviação a nível nacional e regional, impulsionada por projectos nos sectores de energia, petróleo, gás e turismo. O concurso está aberto até 22 de Agosto a empresas nacionais e estrangeiras.
Segundo Inocêncio Impissa, o plano de aquisições de aeronaves segue em paralelo com a reforma da LAM e a continuidade dos voos através de aviões alugados.
A LAM enfrenta, há vários anos, dificuldades operacionais relacionadas com uma frota reduzida e falta de investimento, e encontra-se actualmente em processo de reestruturação. No dia 22 de Junho, o Presidente da República, Daniel Chapo, afirmou que esse processo se estenderá a outras empresas públicas que não geram receitas para o Estado.
No dia 13 de Maio, o Instituto de Gestão das Participações do Estado (Igepe) anunciou a substituição da administração da LAM, tendo nomeado uma comissão de gestão liderada por Dane Kondic. Foi igualmente criado um conselho de administração não executivo, com representantes da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), dos Portos e Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM) e da Empresa Moçambicana de Seguros (Emose), agora accionistas da LAM.
A consultora Knighthood Global, contratada para assessorar a reestruturação da LAM, afirmou em Maio que tem um período de três meses para estabilizar e reposicionar a companhia. Em Junho, a mesma consultora lançou um concurso para contratação de até cinco aeronaves Boeing 737-700, cujo resultado ainda não foi anunciado.