Nos dias 15 e 16 de Setembro, Maputo será palco do Fórum de Negócios Moçambique-Itália, dedicado ao sector agrícola e ao agro-negócio. O evento contará com a participação do ministro italiano da Agricultura, Soberania Alimentar e Florestas, Francesco Lollobrigida, que liderará uma delegação empresarial do seu país.
O anúncio foi feito durante a FACIM 2025 pelo embaixador italiano acreditado no País, Gabriel Ennis, que destacou a relevância da iniciativa no quadro do Plano Mattei para África. Segundo o diplomata, o fórum intitulado “A Itália para o Agro-negócio em Moçambique: Crescer Juntos com o Plano Mattei” será uma oportunidade para reforçar os laços bilaterais e abrir novas perspectivas de cooperação económica.
O evento é organizado pela embaixada de Itália em Maputo, em colaboração com a Câmara de Comércio Moçambique-Itália (CCMI), com a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) e com o escritório da Agência ICE. Itália comprometeu-se a mobilizar 6,8 mil milhões de meticais (100 milhões de dólares) para apoiar projectos de desenvolvimento agrícola nacional, dos quais 2,6 mil milhões de meticais (38 milhões de dólares) serão aplicados na construção do Centro Agro-alimentar de Chimoio, província de Manica. A infra-estrutura será um marco na modernização da produção, processamento e comercialização agrícola na região Centro do País.
Além do fórum, a agenda do ministro italiano inclui encontros com representantes políticos nacionais e visitas técnicas a projectos agrícolas relevantes. Durante a sua estadia, o ministro italiano participará ainda no “Italian Business Award”, cerimónia que distingue as empresas e personalidades que mais se destacaram na promoção das relações económicas entre Moçambique e Itália.
Do lado moçambicano, o sector privado encara o encontro como uma oportunidade de transformação. O representante da CTA, Onorio Manuel, destacou que “o fórum abrirá novas oportunidades de captação de capital italiano em cadeias de valor prioritárias como as de cereais, hortícolas, fruticultura, pecuária e agro-indústria.” Segundo o responsável, a expectativa é que os investimentos resultem em ganhos de produtividade, dinamizem o emprego rural e impulsionem as exportações.
Itália é reconhecida como líder mundial em mecanização agrícola, transformação alimentar, segurança alimentar e práticas sustentáveis. A transferência destas tecnologias para Moçambique é vista como fundamental para aumentar a eficiência das Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME) do sector agrícola.
O fórum incluirá sessões B2B, proporcionando contacto directo entre empresários moçambicanos e italianos. Espera-se que estes encontros resultem em parcerias comerciais, ‘joint ventures’, programas de formação e projectos agro-industriais que acrescentem valor à produção nacional.
Com um financiamento inicial de 2,6 mil milhões de meticais (38 milhões de dólares), o Centro Agro-alimentar de Chimoio simboliza o compromisso de Itália em apoiar cadeias de valor agrícolas moçambicanas. A infra-estrutura permitirá melhorar o escoamento, processamento e comercialização de produtos, criando mercado para milhares de produtores locais e novas oportunidades para investidores privados.
