Investigadores da Universidade RMIT, na Austrália, construíram uma bateria experimental impressa em 3D feita de diamantes e titânio. Trata-se de um gerador mecânico-químico que gera electricidade a partir do fluxo de um líquido e recolhe também energia sem fios a partir de ondas electromagnéticas, que passam através do tecido biológico, tornando possível detectar remotamente alterações no fluxo.
De acordo com o site Inovação Tecnológica, a tecnologia foi possível graças à dispersão de minúsculas partículas de diamante semicondutor num material metálico.
“Os diamantes transformam o titânio, de um material de implante estrutural passivo, numa plataforma activa e multifuncional capaz de captar energia, detectar fluxo e receber corrente sem fio, mantendo-se biocompatível e resistente”, explicou o professor Arman Ahnood, coordenador da equipa.
O protótipo está em fase inicial de demonstração, mas o conceito é promissor, pois actualmente não existem dispositivos capazes de colectar energia tanto do movimento de fluidos quanto de sinais sem fio, muito menos uma opção que funcione dentro do corpo humano.
Até agora, a equipa testou a sua bateria usando apenas soluções salinas em laboratório — a ideia é que uma versão totalmente funcional da bateria seja alimentada pelo sangue que circula pelo corpo.
“A capacidade de receber energia sem fios e captar energia do fluxo de fluidos pode ser valiosa em muitas outras indústrias onde são necessários sensores em locais de difícil acesso, utilizando alguns dos sistemas de materiais mais inertes”, afirmou Arman Ahnood
Os investigadores garantem que os mesmos princípios utilizados em laboratório podem ser aplicados dentro do corpo, com o sangue a circular na superfície de um implante a ser utilizado para gerar energia suficiente para alimentar estes implantes médicos.
“O nosso objectivo era superar uma das maiores limitações da tecnologia de implantes: a bateria”, disse Ahnood. “Elas ocupam espaço e acabam por falhar, o que muitas vezes significa outra cirurgia. Com esta abordagem, os implantes poderiam funcionar continuamente com pouca ou nenhuma bateria interna.”
Os investigadores reconhecem que a inovação precisa de mais testes, por isso estão à procura de parceiros na indústria biomédica para desenvolver a tecnologia para aplicações no mundo real, já que o conceito também é promissor para outro sectores.
“A capacidade de receber energia sem fios e captar energia do fluxo de fluidos pode ser valiosa em muitas outras indústrias onde são necessários sensores em locais de difícil acesso, utilizando alguns dos sistemas de materiais mais inertes”, afirmou Arman Ahnood. “O nosso dispositivo pode detectar remotamente alterações no fluxo de fluidos em testes laboratoriais sem necessidade de quaisquer componentes electrónicos activos na parte implantável, o que oferece potencial para futuros implantes que podem alertar para a progressão da doença antes que se torne perigosa.”































































