A S&P Global Ratings fez saber que os credores de desenvolvimento regional em África estão preparados para expandir os empréstimos para preencher as lacunas financeiras dos países, à medida que as suas reservas de capital se fortalecem e novos mecanismos aumentam a sua capacidade de endividamento, noticiou a Reuters.
De acordo com a agência de notação de risco, as instituições africanas supranacionais estão a tornar-se cada vez mais importantes para colmatar as lacunas de investimento e estabilizar as economias num contexto de restrição do financiamento externo.
Com o financiamento climático e de infra-estruturas a dominar as suas carteiras, a S&P prevê que os credores regionais assumam um papel ainda maior até 2025.
Na edição especial de Outubro de 2025 do relatório Supranationals, a S&P destacou que as actualizações ao seu quadro de avaliação das instituições multilaterais de crédito poderão aumentar os rácios de capital ajustados ao risco em cerca de 10%, o que potencialmente desbloquearia entre 600 e 800 mil milhões de dólares adicionais em capacidade de empréstimos soberanos por parte dos bancos de desenvolvimento.
A S&P utiliza este indicador para avaliar até que ponto um emissor pode conceder mais crédito sem enfraquecer o seu perfil financeiro. Um rácio mais elevado indica maior capacidade de absorver perdas.
Entre os principais intervenientes, a S&P identificou o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), o Banco de Desenvolvimento da África Oriental, a Agência Africana de Seguro de Comércio e Investimento (ATI) e o Banco Árabe para o Desenvolvimento Económico em África (BADEA).
O BAD manteve a sua classificação AAA, com uma “adequação de capital extremamente forte”, tendo expandido a sua carteira para 27,3 mil milhões de dólares em 2024 e sinalizado planos para aumentar tanto os empréstimos soberanos como os destinados ao sector privado nos próximos anos, segundo o relatório.
O BADEA também aumentou a sua exposição para 3,8 mil milhões de dólares e pretende desembolsar cerca de 18 mil milhões entre 2025 e 2029.
A S&P destacou ainda a emissão de capital híbrido e os acordos de troca de exposição — mecanismos pelos quais os credores trocam partes das suas carteiras de empréstimos para diversificar o risco — como ferramentas que reforçam a resiliência num contexto de taxas de juro globais mais elevadas.
No total, os empréstimos concedidos por instituições multilaterais aumentaram 4% entre 2021 e 2024, com o continente africano a representar 19% desse montante.
































































