A multinacional Mozal lançou, esta quinta-feira (16), na província de Maputo, a edição 2026 do programa “Mulher na Indústria”, uma iniciativa que visa promover o acesso de jovens raparigas a cursos técnico-profissionais e de engenharia, reforçando a inclusão no sector industrial.
Segundo informou a Agência de Informação de Moçambique, a nova edição beneficiará 150 jovens, com destaque para as raparigas oriundas dos distritos de Boane, Matola, Moamba e Namaacha. Do total de vagas, 120 serão destinadas à província de Maputo: 40 para o Instituto Industrial e de Computação Armando Emílio Guebuza (IICAEG), 40 para o Instituto Industrial e Comercial da Matola (IICM) e 20 para o Instituto Agrário de Boane (IAB). As restantes 30 serão alocadas à Universidade Eduardo Mondlane (UEM), nomeadamente à Faculdade de Engenharia.
Na UEM, 20 das bolsas serão atribuídas a raparigas dos distritos da província de Maputo, 10 a jovens de outras províncias do País e 10 a estudantes com necessidades educativas especiais, estes últimos com possibilidade de se candidatarem a áreas distintas da engenharia.
Falando durante o lançamento, a directora de Assuntos Externos da Mozal, Lucrécia Uamba, sublinhou que esta acção representa o compromisso contínuo da empresa com o desenvolvimento do capital humano nacional, através da educação. “É um legado da Mozal, em parceria com o Governo, para garantir que mais jovens tenham acesso a uma formação de qualidade e possam integrar o mercado de trabalho”, afirmou.
A responsável justificou o enfoque às raparigas pelo facto de, historicamente, as profissões técnicas e mecanizadas estarem maioritariamente associadas ao género masculino.
Presente no evento, a engenheira Jennifer Titosse, antiga bolseira do programa e actualmente afecta ao Departamento de Engenharia da Mozal, partilhou o seu testemunho, realçando o impacto transformador da iniciativa.
“Essa oportunidade abriu-me portas que me permitiram realizar o meu maior sonho: tornar-me engenheira. Foi uma experiência de esforço, superação e realização”, declarou, encorajando os futuros beneficiários a acreditarem em si próprios.
A directora dos Serviços Provinciais de Assuntos Sociais de Maputo, Maria Bridge, saudou a extensão do programa a mais uma instituição da província, o Instituto Agrário de Boane, o que permitirá alargar o leque de oportunidades de formação técnico-profissional na região.
Bridge destacou o papel da Mozal como parceira do Estado na promoção da igualdade de género, em linha com a Agenda 2030, e lamentou que, ainda hoje, persista na sociedade a ideia de que os sectores industriais devem ser domínio exclusivo dos homens. “O Governo está comprometido com a correcção destas desigualdades históricas e a criação de um ambiente inclusivo para todos”, reiterou.































































