O representante do Papa Leão XIV (Robert Prevost) em Moçambique, Dom Luís Miguel, defendeu esta quinta-feira (16), em Maputo, que as reformas profundas de que uma sociedade necessita só podem concretizar-se num ambiente de cordialidade e diálogo. O núncio apostólico sublinhou que o entendimento entre todos os moçambicanos é o caminho mais seguro para alcançar o desenvolvimento e uma paz duradoura.
Falando à imprensa após ser recebido em audiência pelo Presidente da República, Daniel Chapo, Dom Luís Miguel afirmou apoiar firmemente o Diálogo Nacional Inclusivo, por acreditar que este processo poderá impulsionar o crescimento económico e promover um futuro de progresso para todos. “Apoiar o Diálogo Nacional Inclusivo de todos os moçambicanos para facilitar as reformas necessárias do País, para um futuro de desenvolvimento, de paz e de progresso mais bonito para todos”, declarou.
O Diálogo Nacional Inclusivo, instrumento concebido para reforçar a estabilidade política e acelerar o desenvolvimento económico, iniciou a fase de auscultação pública na primeira segunda-feira do mês corrente. Esta etapa deverá prolongar-se até Novembro próximo, envolvendo diferentes sectores e sensibilidades da sociedade moçambicana.
Para garantir que todas as vozes sejam ouvidas, a comissão técnica responsável por conduzir o compromisso político para um Diálogo Nacional Inclusivo irá deslocar-se a todos os distritos do País, incluindo a diáspora, e disponibilizará plataformas digitais para a participação virtual. O objectivo é assegurar que nenhum grupo social fique excluído deste processo.
A mesma comissão informou que acolherá todas as propostas e contributos já apresentados por partidos políticos, sociedade civil, academia, confissões religiosas e organizações socioprofissionais, bem como por cidadãos particulares. A inclusão e a representactividade são vistas como factores essenciais para o êxito deste processo de reconciliação e construção nacional.
Dom Luís Miguel afirmou ainda que a Igreja Católica considera essencial que as reformas necessárias nasçam da comunhão e do entendimento mútuo. “Para evitar, às vezes, revoluções ou problemas graves, precisamos de reformas profundas, mas reformas que nascem da comunhão, do diálogo, do encontro de todos”, observou o representante do Papa.
Durante a audiência, o arcebispo espanhol revelou que, juntamente com Daniel Chapo, abordou questões relacionadas com a situação política e social global, incluindo dificuldades e guerras, mas também sinais de esperança. A ocasião serviu igualmente para assinalar os 50 anos da independência de Moçambique e os 30 anos das relações diplomáticas entre Maputo e o Vaticano, estabelecidas em 1994, durante o mandato do então Presidente Filipe Nyusi.
Fonte: Agência de Informação de Moçambique (AIM)
































































