A Gemfields, empresa cotada em Londres, confirmou nesta quinta-feira, 16 de Outubro, duas mortes na sua mina de rubi, localizada na provincia de Cabo Delgado, região norte de Moçambique. De acordo com a entidade, a situação aconteceu quando 40 garimpeiros ilegais marcharam até ao portão da Montepuez Ruby Mining (MRM), e atacaram polícias em serviço.
“ A acção resultou na morte de dois agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) presentes no portão, um dos quais era comandante da Força de Protecção dos Recursos Naturais de Moçambique. Nenhum funcionário ou contratado da MRM ficou ferido no ataque e as condições no local estão calmas desde então, ressalta a empresa”, descreveu.
Num comunicado partilhado com o Diário Económico, a Gemfields esclareceu que continua a trabalhar em parceria com as autoridades governamentais moçambicanas apropriadas e que está comprometida com a segurança de seus funcionários, contratados e comunidades anfitriãs.
No último trimestre de 2024 e no início de 2025, após as consequências das eleições gerais de 9 de Outubro, a Gemfields relatou que houve um aumento significativo de grupos organizados e de grande porte de mineradores ilegais que invadiram áreas de licença da MRM, com alguns a entrar em zonas activas, a subir em máquinas e a ameaçar os trabalhadores da mina.
“Esta situação representa riscos significativos para os activos da empresa, funcionários, contratados, membros da comunidade e os próprios mineradores ilegais. Contudo, a empresa observa que uma operação multiagências realizada em Abril reduziu o número de intrusos nas áreas licenciadas da MRM”, relatou.
Neste sentido, a empresa sublinhou que continua a investir na educação e comunicação contínua com as comunidades locais sobre os perigos da mineração ilegal, colaboração com as autoridades e implementação de medidas de segurança aprimoradas para impedir a presença de invasores.
“Esforços estão em andamento para dialogar com os ministros recém-nomeados e outros membros do Governo, de modo a abordar a questão da mineração ilegal. A concessão da MRM é patrulhada pelo exército e pela polícia moçambicana, além da equipa de segurança interna e contratada da mina, e por membros treinados da comunidade local que realizam tarefas básicas de guarda”, elucidou.
A Gemfields destacou que todos os indivíduos que patrulham a concessão da MRM são solicitados a seguir os Princípios Voluntários sobre Segurança e Direitos Humanos e recebem treino adequado. “Para reforçar ainda mais a segurança, realiza-se uma ampla vigilância por drones, contacto diário com autoridades governamentais, com aldeias locais e realiza-se a revisão constante de inteligência humana para manter a segurança”.
Líder mundial na mineração e comercialização de pedras preciosas coloridas, a Gemfields é também operadora e proprietária de 75% da mina de esmeraldas Kagem, na Zâmbia, apresentada como “a maior mina de esmeraldas do mundo”. Detém também licenças de amostragem a granel na Etiópia.































































