Mais um dia, mais um recorde. Os preços do ouro voltaram a atingir máximos históricos pela quinta sessão consecutiva, numa altura em que as tensões comerciais entre os Estados Unidos da América (EUA) e a China continuam a dar gás a um rally de activos-refúgio e as perspectivas de corte nas taxas de juro por parte da Reserva Federal (Fed) norte-americana impulsionam o metal precioso.
Nesta manhã, o ouro avança 0,22% para 4217,76 dólares por onça, depois de ter chegado a tocar nos 4241,77 dólares – o valor mais elevado de sempre. O metal amarelo já acelerou mais de 61% desde o arranque do ano, uma valorização que se explica em grande parte pelos riscos geopolíticos, perspectivas de flexibilização monetária e ainda um reforço das reservas dos países.
“Os mais recentes comentários de membros da Fed, que enfatizaram as perspectivas de cortes nas taxas de juro no futuro, são favoráveis [para o metal amarelo]. O Presidente dos EUA, Donald Trump, ao mudar de opinião e ao rotular isto como uma guerra comercial, está claramente a dar um forte impulso ao ouro”, explicou Kyle Rodda, analista sénior da OANDA, à Reuters.
Esta quarta-feira (15), os EUA voltaram a criticar as restrições chinesas à exportação de terras raras – uma medida imposta na passada sexta-feira. Washington descreveu a decisão como uma ameaça às cadeias de abastecimento globais e acenou com medidas retaliatórias, depois de as duas partes terem aumentado as taxas portuárias entre si no arranque da semana.
A adicionar ao clima de incerteza está ainda o “shutdown” do Governo norte-americano, que já se alastra há mais de duas semanas. Com os democratas e os republicanos a não conseguirem encontrar um consenso em relação ao orçamento para o próximo ano, as estimativas apontam para um impacto económico de 15 mil milhões de dólares por semana.

































































