A Associação das Agências de Viagens e Turismo de Moçambique (AVITUM) alertou que a suspensão da emissão de bilhetes pela companhia aérea Emirates poderá causar prejuízos significativos nas receitas das agências e até levar algumas ao encerramento, informou o jornal O País.
Em reacção à medida, o vice-presidente da AVITUM, João das Neves, afirmou que o impacto será imediato e profundo. “A partir do momento em que não podemos emitir bilhetes, não teremos receitas. Isso está mais do que claro. A consequência será reduzir operações, despedir pessoal e cortar custos. O mercado das agências de viagens vai encolher significativamente e, como resultado, haverá uma prestação de serviços de menor qualidade”, explicou.
O dirigente lamentou que a decisão tenha surgido num contexto já adverso para o sector. “Este cenário surge numa altura em que as agências de viagens estão extremamente fragilizadas pelo ambiente de negócios. Com esta situação, algumas das que ainda resistiam provavelmente terão de fechar as portas”, alertou.
A associação recorda que já tinha avisado sobre os riscos que a escassez de divisas poderia representar para o mercado de aviação em Moçambique, afectando tanto as companhias aéreas como os operadores turísticos locais.
O economista Gift Essinalo, citado pelo O País, considera que o problema precisa de ser resolvido com urgência para evitar consequências mais graves. “A falta de divisas afectará também o sector do turismo e os serviços conexos. Se outras companhias seguirem o mesmo caminho, mesmo por imitação, isso poderá transmitir a mensagem de que Moçambique não é um país estável em termos económicos, por não conseguir fornecer as divisas necessárias para que as empresas operem sem perdas”, afirmou o economista.
Perante a situação, a AVITUM admite que a única alternativa imediata será recorrer a companhias intermediárias estrangeiras para a emissão de bilhetes, uma solução que, segundo a associação, é apenas temporária e menos vantajosa para o mercado nacional.
A Emirates, uma das principais companhias aéreas internacionais que operam em Moçambique, serve o País através de voos regulares entre Maputo e Dubai, com ligações para Ásia, Europa e Médio Oriente. A suspensão das suas operações de bilhética ocorre num momento em que o País enfrenta restrições severas no acesso a divisas, uma situação que tem afectado diversos sectores económicos.





























































