Dez professores foram mortos em oito anos de insurgência armada na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, de acordo com as estimativas apresentadas nesta terça-feira (14) pela Organização Nacional dos Professores (ONP).
Numa publicação da Lusa, Teodoro Muidumbe, secretário-geral da ONP, avançou que a classe repudia os actos bárbaros e inaceitáveis em alegados ataques rebeldes registados em Cabo Delgado. “A estatística confirma dez professores mortos por insurgência no período em referência”.
Nesta segunda-feira, o Presidente da República, Daniel Chapo, prestou uma homenagem “especial aos professores e profissionais da educação daquela província, que, mesmo em situações adversas, impostas pelos ataques terroristas, doenças e fenómenos climáticos extremos, sempre encontram alternativas para garantir que o processo de ensino-aprendizagem não pare”.
Segundo um documento, em termos concretos, os números incluem 490 mulheres grávidas, 1077 idosos, 191 pessoas com problemas de mobilidade e 126 crianças, explicando que as pessoas “chegam a andar mais de 50 quilómetros, pela mata, noite e dia, sobretudo em direcção à sede do distrito de Chiúre, no sul da província de Cabo Delgado.”
Desde Outubro de 2017, Cabo Delgado – província rica em recursos naturais, nomeadamente gás – tem sido palco de uma insurgência armada que já provocou milhares de mortos e originou uma crise humanitária com mais de um milhão de deslocados internos.
Em Abril, os ataques alastraram também à vizinha província do Niassa. Um dos episódios mais graves ocorreu na Reserva do Niassa e no Centro Ambiental de Mariri, no distrito de Mecula, onde grupos armados não estatais atacaram instalações, roubaram bens, destruíram acampamentos e uma aeronave do parque. Estes actos resultaram na morte de, pelo menos, duas pessoas, e levaram à deslocação de mais de dois mil indivíduos, dos quais 55% crianças.































































