O Governo sul-coreano, através do seu conselheiro sénior e antigo vice-ministro da Indústria e Comércio, Jae Do Moon, alertou que o grande desafio de Moçambique é transformar-se “de um produtor de gás num utilizador de gás ao serviço do seu próprio desenvolvimento.” O responsável falava esta segunda-feira (13), durante a apresentação do Relatório Final do Estudo de Viabilidade do Projecto Knowledge Sharing Program (KSP) – “Massificação do Uso de Gás Natural Veicular em Moçambique”, desenvolvido em parceria com a Coreia do Sul.
Na ocasião, Jae Do Moon elogiou o empenho do Governo moçambicano na promoção do gás natural, sublinhando: “Os nossos investigadores compreenderam profundamente os esforços políticos do Governo e a esperança de que a utilização do gás natural seja um motor de desenvolvimento económico para o País.”
O responsável recordou que a Coreia do Sul apresentou vários projectos de cooperação destinados a impulsionar a economia moçambicana, reforçando o interesse em fortalecer os laços bilaterais. Acrescentou ainda que “o último relatório do KSP não será apenas a conclusão de uma política, mas também um ponto de encontro entre a cooperação e o crescimento de instituições e empresas.”
Segundo Jae Do Moon, a cooperação entre Moçambique e a Coreia do Sul tem produzido resultados concretos e reflecte um compromisso de longo prazo. Para o dirigente, esta parceria representa uma oportunidade de partilha de conhecimento e tecnologia que poderá acelerar o desenvolvimento energético de Moçambique.
O conselheiro sénior sul-coreano recordou ainda que Moçambique confirmou, a 2 de Outubro, a decisão final de investimento do Projecto Coral Norte – gás natural liquefeito flutuante (FLNG), o que marca “um novo capítulo no desenvolvimento energético do País”, tendo acrescentado que esta decisão coloca Moçambique “no caminho certo para se tornar um verdadeiro líder energético em África até 2028”.
Para Jae Do Moon, o impacto transformador do gás natural será sentido apenas quando o recurso for aproveitado internamente. “O verdadeiro impacto do gás natural será quando o gás for utilizado para o transporte, a geração de energia e a produção de fertilizantes”, afirmou, destacando que esses sectores podem criar emprego e novas indústrias.
O dirigente sul-coreano reafirmou o compromisso do seu país em apoiar Moçambique nesta trajectória, garantindo que “a Coreia do Sul será um parceiro forte e confiável para Moçambique nesta jornada energética”. O responsável sublinhou também que o sucesso do sector dependerá da capacidade do País em transformar os ganhos do gás em benefícios reais para os cidadãos.
Por sua vez, o secretário permanente do Ministério dos Recursos Minerais e Energia, António Manda, reconheceu o apoio sul-coreano e destacou a importância de promover o gás natural veicular (GNV). “Queremos acelerar o uso do gás natural como combustível alternativo, tendo em conta os desafios que enfrentamos com a importação de combustíveis líquidos”, concluiu.
Texto: Florença Nhabinde































































