O impacto da escalada das tensões entre China e Estados Unidos da América (EUA) chegou à Ásia e atirou as principais praças da região para o vermelho, apesar de as perdas terem sido limitadas pela abertura do país liderado por Xi Jinping em dialogar com a Administração Trump. Na sexta-feira (10) depois do fecho da sessão asiática, e em resposta às restrições impostas por Pequim na exportação de certos produtos, onde se inclui algumas terras raras, Washington retaliou com a ameaça de tarifas adicionais de 100% a partir de 1 de Novembro – e os mercados reagiram com uma queda acentuada.
Tanto na Europa como nos EUA, as bolsas terminaram a última sessão da semana anterior com perdas avultadas, com o S&P 500 a cair mais de 2% e o Stoxx 600 a deslizar mais de 1%. Com o braço-de-ferro entre os dois países ainda a manter-se, mas com a China a mostrar espaço para dialogar com Washington, os dois benchmarks apontam para uma recuperação esta segunda-feira.
“Não parece uma repetição de Abril, mas sim uma fase de negociações pré-comerciais antes do prazo final de Novembro da trégua entre os EUA e a China”, explica Anna Wu, estratega de activos da Van Eck Associates Corp, à Bloomberg. “Se for uma manobra de negociação, as quedas mais recentes podem revelar-se uma oportunidade de compra. Mas se as tarifas entrarem realmente em vigor, uma nova onda de volatilidade e reavaliação do risco global poderá seguir-se”, completa Dilin Wu, estratega do Pepperstone Group, à mesma publicação.
Pela China, o Hang Seng, de Hong Kong, registou a pior sessão desde inícios de Abril, ao cair mais de 2% nesta segunda-feira. Também o Shanghai Composite encerrou a negociação no vermelho, embora com perdas bastante ligeiras, ao recuar apenas 0,11%. O sentimento dos investidores foi aliviado ainda por novos dados económicos, que apontam para um crescimento muito acima do esperado das exportações chinesas para outros países – subiram 8,3%, o maior valor em seis meses.
Entre as restantes praças asiáticas, o australiano ASX/S&P 200 caiu 0,68%, enquanto o sul-coreano Kospi acompanhou as perdas de Hong Kong e deslizou mais de 2%. Já no Japão, espera-se uma reacção a estas notícias apenas na sessão de terça-feira, uma vez que as praças do país encontram-se fechadas devido a feriado.
Ainda em destaque na negociação desta segunda-feira estará a decisão de Emmanuel Macron, Presidente de França, de reconduzir Sébastien Lecornu como primeiro-ministro do país. Apesar dos esforços para encontrar um consenso que permita avançar com um novo orçamento, é expectável que o Executivo gaulês volte a cair, com o partido França Insubmissa a anunciar que vai avançar com uma moção de censura contra o novo Governo.

































































