As nações africanas devem concentrar a maior parte das suas acções climáticas na adaptação, em vez da mitigação, uma vez que as emissões do continente representam apenas uma pequena parte do total global, noticiou a Bloomberg, nesta quinta-feira, 9 de Outubro.
De acordo com a agência, a posição foi defendida pelo ex-ministro do Governo sul-africano e ex-presidente da empresa estatal Eskom, Valli Moosa, durante o Fórum Inovação para um Planeta Fresco, realizado em Tóquio nesta quarta-feira (8).
Na ocasião, o governante sublinhou que os países da região devem alocar 80% dos recursos para lidar com os impactos do aquecimento global e 20% para combater o aumento da temperatura. “Temos uma ênfase desequilibrada. Em parte porque a comunidade global exerce uma enorme pressão sobre os países africanos para que pensem em energias renováveis e mitigação, e não em adaptação”, afirmou.
Moosa foi membro da Comissão Presidencial para o Clima da África do Sul até ao ano passado.
Os países do Grupo dos Sete (G7) e a China foram responsáveis por quase 60% das emissões mundiais de dióxido de carbono em 2023, de acordo com dados compilados pela Comissão Europeia. Os países africanos são responsáveis por menos de 4% do total.
Até agora, os projectos de adaptação conquistaram apenas uma fracção do financiamento climático, com investidores e bancos a focarem-se principalmente em energia limpa e outras tecnologias de descarbonização. No entanto, projectos de infra-estrutura e soluções baseadas na natureza estão a começar a oferecer retornos mais atractivos e a despertar maior interesse.
A receita gerada pela adaptação climática pode atingir 4 biliões de dólares até 2050 e oferecer oportunidades de investimento em sectores que vão desde tecnologia de combate a incêndios até seguros contra inundações, de acordo com um relatório com co-autoria do Fundo Soberano de Singapura GIC Pte.

































































