Investigadores da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz, nos Estados Unidos, criaram um sistema denominado Pulse-fi que combina um roteador doméstico padrão com um algoritmo de machine learning para medir a frequência cardíaca com precisão comparável à de equipamentos médicos — tudo sem fios e sem contacto.
Os dispositivos Wi-Fi emitem ondas de radiofrequência que são captadas por um dispositivo receptor, geralmente um computador ou telemóvel, mas essas ondas espalham-se pelo espaço à sua volta. À medida que as ondas atingem ou passam por objectos nesse espaço, algumas delas são absorvidas, causando alterações matematicamente detectáveis nas ondas.
De acordo com o site Inovação Tecnológica, o sistema Pulse-fi é tão preciso que consegue detectar variações subtis nas ondas Wi-Fi causadas pelos batimentos cardíacos de uma pessoa na sala.
Os resultados foram baseados em testes com chips ESP32 e módulos Raspberry Pi, todos muito baratos — os resultados das experiências com o Raspberry Pi foram melhores. Mas um roteador comercial, como os que todos têm em casa, provavelmente melhorará ainda mais a precisão do sistema. O sistema funcionava independentemente da posição do equipamento na sala ou da pessoa cuja frequência cardíaca estava a ser medida — quer a pessoa estivesse sentada, em pé, deitada ou a caminhar.
A equipa testou o seu sistema utilizando um conjunto de dados produzido por um grupo de investigadores da Universidade Federal Fluminense, que utilizou um dispositivo Raspberry Pi para criar o conjunto de dados mais extenso sobre Wi-Fi para monitorização cardíaca até à data. Os testes envolveram 118 participantes em 17 posições corporais diferentes.
O sistema funcionou com precisão com a pessoa a três metros de distância do hardware. “O que descobrimos foi que, devido ao modelo de machine learning, a distância basicamente não afectava o desempenho, o que era um grande desafio para os modelos anteriores”, disse Pranay Kocheta. “A outra questão era a posição — todas as diferentes situações que encontramos na vida quotidiana, queríamos ter a certeza de que éramos robustos em relação ao modo de vida de uma pessoa.”
Actualmente, os investigadores estão a trabalhar para ampliar a sua técnica e detectar a frequência respiratória, além da frequência cardíaca, o que poderia ser útil para detectar condições como a apneia do sono. A equipa já tem resultados promissores nesse sentido, mas ainda não publicou os novos dados.
































































