As obras de interligação eléctrica entre Moçambique e Maláui têm uma taxa de execução de 85% e deverão estar concluídas até Dezembro, garantiu Joaquim Henriques Ou-chim, presidente do Conselho de Administração (PCA) da Electricidade de Moçambique (EDM). O projecto tem como objectivo integrar o Maláui na rede eléctrica da África Austral, da qual o país ainda não faz parte.
Anteriormente, a conclusão do projecto do lado moçambicano estava prevista para Outubro. Contudo, o prazo foi revisto após uma paralisação de cerca de quatro meses, motivada pelas manifestações pós-eleitorais que afectaram o normal decurso dos trabalhos no terreno.
“As obras vão terminar este ano. Até Dezembro teremos o projecto concluído, para que possamos ficar interligados com o Maláui, um dos países da África Austral que, até ao momento, não está ligado à rede”, afirmou Joaquim Henriques Ou-chim, à margem de um encontro do sector dos minérios e energia.
O responsável acrescentou que o progresso dos trabalhos é visível e que os principais materiais já se encontram disponíveis. “Estamos em 85% das obras e grande parte dos materiais já está no terreno, por isso temos a certeza de que até ao final do ano a linha Moçambique-Maláui estará concluída”, assegurou o presidente da EDM.
Em Julho, o coordenador do projecto, João Catine, explicou que os trabalhos estavam concentrados nas fundações de betão e na montagem das estruturas metálicas. No entanto, episódios de insegurança e ataques a engenheiros obrigaram ao deslocamento de parte do pessoal para o estrangeiro, interrompendo temporariamente as actividades.
Durante as manifestações pós-eleitorais, registaram-se actos de vandalismo que resultaram na destruição de máquinas e no roubo de ferro destinado à montagem das torres e à instalação de cabos condutores. O prejuízo foi estimado em 3,5 milhões de dólares (221,2 milhões de meticais), o que impediu a construção, dentro do prazo previsto, de pelo menos 80 torres.
Face a estas dificuldades, tornou-se necessário reiniciar o processo de encomenda e fabrico dos equipamentos no exterior, o que prolongou o tempo de espera pelas torres e cabos condutores. Do lado moçambicano, o projecto prevê a construção de 337 torres, fundamentais para a transmissão de energia ao país vizinho.
Orçado em 154 milhões de dólares (9,7 mil milhões de meticais), o projecto é financiado pelo Banco Mundial, pelo Banco Alemão e pelo Banco Europeu. Quando concluída, a linha eléctrica permitirá adicionar 120 megawatts à rede do Maláui, reforçando a integração energética regional e impulsionando o desenvolvimento económico dos dois países.
Fonte: notícias































































