A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder) pediu ao Governo para “acelerar” o desenvolvimento do Plano de Recuperação e Crescimento Económico (Prece), avaliado em 173,8 mil milhões de meticais (2,7 mil milhões de dólares), informou a Lusa.
O plano, bem como a situação política e económica do País, foi analisado na sexta-feira (26) na 55.ª reunião da comissão política do partido, que governa desde 1975, conforme comunicado divulgado pela Frelimo, liderada por Daniel Chapo, que é também Presidente da República.
“Encoraja o Governo a acelerar a implementação do Plano de Recuperação Económica, uma iniciativa que visa restaurar a estabilidade macroeconómica, promover o crescimento económico sustentável e o desenvolvimento inclusivo”, lê-se no comunicado.
A comissão política enalteceu também o Governo pela operacionalização do Fundo do Desenvolvimento Económico Local (FDEL), “que, a par de outros fundos de apoio à economia, visa financiar pequenos projectos ao nível local, priorizando os jovens e mulheres.”
O Governo pretende mobilizar 2,7 mil milhões de dólares a curto e médio prazo para estimular a economia, nomeadamente face aos efeitos das alterações climáticas e da instabilidade política, prevê o Prece, aprovado a 16 de Setembro em Conselho de Ministros.
De acordo com o porta-voz daquele órgão, Inocêncio Impissa, nessa reunião foi apreciado e aprovado o Plano de Recuperação e Crescimento Económico, “um instrumento de curto e médio prazo para responder aos desafios da conjuntura económica.”
“Contempla um pacote de medidas estimado em 2,7 mil milhões de dólares, do qual 800 milhões de dólares serão fundos de apoio à economia para a sua recuperação, através de instrumentos aprovados pelo Governo”, explicou, na altura.
Entre estes instrumentos já aprovados, alguns em fase de concretização, estão o Fundo de Garantia Monetária, o Fundo de Desenvolvimento Económico Local, linhas de financiamento de apoio à recuperação pós-tensões eleitorais e o futuro Banco Nacional de Desenvolvimento, detalhou.
“A implementação eficaz do Prece contribuirá para restabelecer a confiança dos investidores e da população em geral, bem como acelerar a recuperação económica, criando um ambiente propício para investimentos, geração de emprego e crescimento sustentável no médio e longo prazo”, apontou Impissa.
O responsável explicou que, com a adopção do Prece, a projecção do Governo aponta para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique de 2,5% em 2025, contra os anteriores 2,4%.
Manifestações e greves pós-eleitorais provocam destruição e elevado impacto económico
Moçambique viveu quase cinco meses de tensão social, com manifestações, greves e barricadas em ruas de várias cidades, sobretudo Maputo — inicialmente em contestação aos resultados eleitorais de 9 de Outubro de 2024 —, convocadas pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados eleitorais.
Os protestos degeneraram em violência com a polícia e provocaram cerca de 400 mortos, bem como a destruição e saque de infra-estruturas públicas e em empresas.
Quase mil empresas foram afectadas pelas manifestações pós-eleitorais, com um impacto na economia superior a 32,2 mil milhões de meticais e 17 mil desempregados, segundo uma estimativa apresentada em Fevereiro pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA).
De acordo com o levantamento feito pelo organismo, foram afectadas, de “forma directa” pelas manifestações e agitação social que se seguiram às eleições gerais de Outubro, 955 empresas, em que 51% “sofreram vandalizações totais e/ou saques das suas mercadorias.”



































































