À medida que os ventos contrários globais continuam a testar a resiliência, as maiores e mais dinâmicas economias de África entram em 2025 com trajectórias de crescimento mistas. Dados recentes do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial destacam tanto as oportunidades como os riscos: enquanto a Etiópia e a Nigéria estão preparadas para uma expansão sólida, a África do Sul enfrenta ventos contrários contínuos.
Etiópia: líder em crescimento na região
O FMI projecta que a economia da Etiópia cresça 6,6% em 2025, consolidando a sua posição entre as economias de mais rápido crescimento do continente. Investimentos em infra-estruturas, projectos energéticos em andamento, como a grande barragem da renascença etíope, e uma força de trabalho jovem continuam a impulsionar o crescimento. No entanto, os desafios permanecem, desde a sustentabilidade da dívida até à garantia de um crescimento inclusivo nas regiões rurais e urbanas.
Nigéria: ganhos estáveis impulsionados pelas commodities
A economia da Nigéria deverá crescer 3,4% em 2025, apoiada por preços mais altos do petróleo, aumento das exportações de ouro e recuperação gradual da agricultura. As reformas no mercado cambial e os esforços contínuos para ampliar as receitas não petrolíferas estão a contribuir para fundamentos mais estáveis. Mas os desafios estruturais incluindo a escassez de electricidade e o alto desemprego continuam a limitar o potencial da Nigéria.
África do Sul: Fraca, mas a estabilizar
Em contrapartida, o crescimento da África do Sul está projectado em apenas 0,7%, reflectindo os persistentes estrangulamentos no abastecimento de energia, o investimento moderado e um ambiente de consumo frágil. Embora a inflação esteja a diminuir e as reformas no sector energético estejam em curso, a economia continua a ser prejudicada por ineficiências estruturais. O risco é que a fraqueza prolongada corroa a competitividade e a confiança dos investidores, mesmo com o país a procurar posicionar-se como um centro comercial regional no âmbito da Área de Livre Comércio Continental Africana (AfCFTA).
Fortunas divergentes
Em conjunto, os números destacam um continente de fortunas divergentes. A Etiópia continua a demonstrar o potencial de uma rápida transformação estrutural, a Nigéria mostra sinais de progresso constante, enquanto a África do Sul luta contra a estagnação. Outras economias incluindo Quénia, Marrocos e Egipto deverão registar um crescimento moderado, embora os números exactos variem à medida que as previsões são revistas.
Uma lição mais ampla
As perspectivas de crescimento de África não são uniformes nem garantidas. Os fundamentos sólidos de algumas economias são compensados pelas vulnerabilidades de outras. Para investidores e formuladores de políticas, a mensagem é clara: a resiliência económica em 2025 dependerá tanto das reformas internas e da governança quanto das condições globais.
Fonte: Further Africa
































































