O Investimento Direto Estrangeiro (IDE) em Moçambique mais do que duplicou no primeiro trimestre de 2025 face ao mesmo período de 2024, atingindo 1,6 mil milhões de dólares (102,3 mil milhões de meticais). Este desempenho contrasta com os 779,2 milhões de dólares (49,8 mil milhões de meticais) registados entre Janeiro e Março de 2024, segundo relatório estatístico do Banco de Moçambique.
A forte subida deveu‑se sobretudo ao contributo dos Grandes Projectos (GP), que totalizaram 1,5 mil milhões de dólares (95,9 mil milhões de meticais) no trimestre, envolvendo investimentos nos sectores do gás natural e da extracção de carvão.
No sector do gás natural investiram‑se cerca de 1,2 mil milhões de dólares (76,7 mil milhões de meticais), enquanto o sector da extracção de carvão atraiu cerca de 282 milhões de dólares (18 mil milhões de meticais).
O Governo moçambicano estima que o IDE possa crescer mais de 40 % em 2025, para 5,1 mil milhões de dólares (325,9 mil milhões de meticais), conforme consta na proposta orçamental inserida no Plano Económico e Social e Orçamento do Estado (PESOE) para 2025. Esse valor representaria um aumento de quase 43 % face ao montante de 2024.
Essa trajectória ascendente será influenciada pela implementação de projectos estruturantes na bacia do Rovuma, em Cabo Delgado, com destaque para a retoma da construção da unidade da TotalEnergies e a instalação da segunda plataforma da Eni.
Em 2024, Moçambique registou um crescimento de 41,5 % no IDE face a 2023, alcançando 3,6 mil milhões de dólares (230 mil milhões de meticais). Apesar desse avanço, ficou aquém do pico histórico de 5,1 mil milhões de dólares (326,5 mil milhões de meticais) observados em 2021.
O País conta actualmente com três projectos de desenvolvimento aprovados para a exploração das reservas de gás natural na bacia do Rovuma — entre os quais o Mozambique LNG (Área 1), liderado pela TotalEnergies, e o Rovuma LNG (Área 4), da ExxonMobil — ainda em fase de desenvolvimento, e o projecto Coral Sul da Eni já em produção.
Segundo um estudo da Deloitte citado no relatório, as reservas de gás natural moçambicanas representam um potencial de receitas estimado em 100 mil milhões de dólares (6,4 biliões de meticais). Mesmo sem todas as operações em curso, a produção nacional de gás em 2025 deverá atingir 5,4 mil milhões de metros cúbicos, posicionando Moçambique como o sexto maior produtor do continente africano.































































