A dívida da companhia aérea estatal Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) registou uma redução de 2,4% no segundo trimestre de 2025, fixando-se em cerca de 78,5 milhões de dólares (5,8 mil milhões de meticais), de acordo com dados do Ministério das Finanças.
De acordo com a Lusa, a descida corresponde a um recuo nominal de aproximadamente 2 milhões de dólares (144,6 milhões de meticais) em relação ao primeiro trimestre, quando o volume de dívida interna ultrapassava os 80,5 milhões de dólares (6 mil milhões de meticais).
Segundo a mesma fonte, a LAM poderá liquidar este passivo em prestações anuais, com garantias do Estado junto de bancos comerciais, conforme resolução aprovada pelo Conselho de Ministros a 2 de Setembro. Na mesma decisão, o Governo mandatou o Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE) a constituir um veículo específico para a gestão e liquidação da dívida.
Foi igualmente autorizada a criação de uma sociedade de propósito específico, a ser detida pela Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), Portos e Caminhos de-Ferro-de Moçambique (CFM), Empresa Moçambicana de Seguros (EMOSE) e accionistas da LAM, com o objectivo de mobilizar financiamento para a companhia aérea.
A transportadora nacional deixou praticamente de realizar voos internacionais este ano, concentrando-se nas rotas domésticas. Em Maio, a empresa passou a ter uma nova administração e a integração de novos accionistas institucionais, designadamente a HCB, CFM e EMOSE.
Para minimizar os sucessivos cancelamentos, a LAM anunciou a intenção de adquirir cinco aeronaves Boeing 737-700 e, enquanto aguarda a concretização do processo, lançou um concurso para o aluguer temporário de outras cinco aeronaves.
Os prejuízos da companhia atingiram 53,5 milhões de dólares (3,9 mil milhões de meticais) em 2023, obrigando o Estado a injectar 13,7 milhões de dólares (mil milhão de meticais) e a emitir uma carta conforto em 2024. Em 2022, a LAM tinha registado perdas de apenas 6 milhões de dólares (448,6 milhões de meticais), confirmando o agravamento financeiro.
As demonstrações financeiras mais recentes apontam para um capital próprio negativo de 265 milhões de dólares (19,6 mil milhões de meticais) no final de 2023, contra 225,8 milhões de dólares (16,7 mil milhões de meticais) em 2022, além de activos correntes muito inferiores aos passivos correntes, avaliados em cerca de 251 milhões de dólares (18,6 mil milhões de meticais).
Apesar do cenário crítico, a LAM conseguiu aumentar as vendas de serviços em 2023 em 4% face a 2022, totalizando 118,7 milhões de dólares (8,8 mil milhões de meticais). O relatório citado pela Lusa acrescenta que o accionista maioritário se comprometeu a continuar a disponibilizar recursos financeiros necessários para assegurar a continuidade da empresa.




























































