O crédito concedido pela banca à economia caiu quase 2% em Junho, face ao recorde do mês anterior, situando-se nos 287 mil milhões de meticais (4,4 mil milhões de dólares), segundo o Banco de Moçambique (BdM).
De acordo com o relatório estatístico da instituição, este registo contrasta com o pico de 292 mil milhões de meticais (4,5 mil milhões de dólares) registados em Maio, e 284 mil milhões de meticais (4,4 mil milhões de dólares) em Abril, neste caso, o segundo valor mais baixo num ano.
O crédito a particulares continuava a liderar em Junho, subindo para 100 mil milhões de meticais (1,5 mil milhões de dólares). Seguiram-se os sectores dos transportes e comunicações, cujo total de crédito concedido pela banca cresceu em Junho para mais de 26 mil milhões de meticais (403 milhões de dólares), o comércio, com mais de 21,7 mil milhões de meticais (336 milhões de dólares), e a indústria transformadora, com 21 mil milhões de meticais (325 milhões de dólares).
A taxa de juro de referência para o crédito desceu 0,7 pontos percentuais em Setembro, para 16,5%, segundo a Associação Moçambicana de Bancos (AMB). Desde Janeiro de 2024 que a prime rate tem vindo progressivamente a descer, após seis meses consecutivos em máximos de 24,1%.
As oscilações da prime rate estão associadas à taxa de juro de política monetária (taxa MIMO, que influencia a fórmula de cálculo da prime rate) do banco central, para controlar a inflação.
O corte surge depois de nova descida, em Agosto, para 17,20%.
O Comité de Política Monetária (CPMO) do BdM cortou, a 31 de Julho, pela nona vez consecutiva, a taxa de juro de política monetária MIMO, em 0,75 pontos percentuais, para 10,25%.
“Esta medida decorre, essencialmente, da contínua consolidação das perspectivas da inflação num digito, no médio prazo, reflectindo, em parte, a tendência favorável dos preços internacionais de mercadorias, não obstante a manutenção, a nível doméstico, de riscos e incertezas associados às projecções”, afirmou o governador do banco central, Rogério Zandamela, em conferência de imprensa, em Maputo, no final da reunião do CPMO, que se realiza a cada dois meses.
O dirigente acrescentou que, a médio prazo, “antevê-se uma recuperação gradual da actividade económica” no País, excluindo a produção do gás natural liquefeito, “favorecida, em parte, pela redução das taxas de juro e pelas perspectivas de implementação de projectos em áreas estratégicas.”
Segundo a comunicação feita por Zandamela, “os riscos e incertezas associados às projecções da inflação mantêm-se elevados” e destacam-se “como prováveis factores do aumento da inflação, no médio prazo, os impactos do agravamento da situação para o Orçamento do Estado, as incertezas quanto à velocidade da reposição da capacidade produtiva e da oferta de bens e serviços e os efeitos dos choques climáticos.”
“O CPMO continuará com o processo de normalização da taxa MIMO no médio prazo. O ritmo e a magnitude continuarão a depender das perspectivas da inflação, bem como da avaliação dos riscos e incertezas subjacentes às projecções do médio prazo”, salientou.
Fonte: Lusa
































































