O Presidente da República, Daniel Chapo, destacou quinta-feira, 21 de Agosto, em Yokohama, a importância estratégica do Corredor Logístico de Nacala, sublinhando que esta infra-estrutura tem “enorme potencial para dinamizar o comércio em África” e apelou ao investimento do Japão para acelerar a sua plena operacionalização.
Falando na 9.ª Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento de África (TICAD 9), Daniel Chapo afirmou que o Governo está a retomar o Projecto de Estratégias de Desenvolvimento Económico do Corredor de Nacala, que liga Moçambique ao Maláui e à Zâmbia.
“Estamos convictos de que este corredor impulsionará as economias da região, ao melhorar infra-estrutura e serviços de transporte, permitindo maior fluxo de pessoas, bens e acesso competitivo aos mercados globais”, declarou o chefe do Estado.
Energia e industrialização
No mesmo discurso, o Presidente da República destacou ainda a aposta de Moçambique na exploração de recursos minerais e energéticos, com ênfase no Gás Natural Liquefeito (LNG) da Área 1 da bacia do Rovuma, em Cabo Delgado. O projecto, liderado pela TotalEnergies e parceiros internacionais, é visto como central para “assegurar a industrialização rápida do País e reforçar a conectividade energética da região austral de África.”
“A nossa ambição é clara: mobilizar capital financeiro e tecnológico para transformar estes sectores em alicerces da industrialização, diversificação económica e sustentabilidade da África Austral”, acrescentou, ligando a visão nacional às metas do Segundo Plano Decenal da Agenda 2063 da União Africana e à Agenda 2030 das Nações Unidas.
Daniel Chapo afirmou que o Governo está a retomar o Projecto de Estratégias de Desenvolvimento Económico do Corredor de Nacala, que liga Moçambique ao Maláui e à Zâmbia
O Presidente da República assegurou que o País tem vindo a introduzir reformas legislativas e económicas com o objectivo de criar um ambiente mais favorável ao investimento privado. “Estamos conscientes de que os investimentos exigem estabilidade, segurança e um ambiente de negócios competitivo. Para isso, Moçambique adoptou um pacote legislativo de reformas que simplifica procedimentos e cria condições mais atractivas”, disse.
Reforçou ainda a disponibilidade de o País para acolher iniciativas de investimento do Japão que promovam integração regional e cooperação pacífica entre os países africanos banhados pelo oceano Índico.
O corredor e os seus antecedentes
O Corredor de Nacala, em operação desde 2016, resultou de um investimento de 4,5 mil milhões de dólares (288 mil milhões de meticais), envolvendo a multinacional brasileira Vale, o conglomerado japonês Mitsui e os Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM).
A infra-estrutura inclui o porto de águas profundas de Nacala, no Norte do País, e uma linha férrea de 912 quilómetros, que liga o porto à província de Tete, por onde é escoado carvão mineral, além de servir como corredor logístico vital para o Maláui e a Zâmbia, países sem acesso directo ao mar.
Em 2023, o então Presidente Filipe Nyusi inaugurou as novas infra-estruturas do porto de Nacala e assinou acordos com os governos de Maláui e Zâmbia para reforçar a utilização conjunta do corredor, consolidando-o como plataforma regional de transporte e comércio.































































