Cabo Delgado regista, em média, a importação de cerca de 2000 viaturas usadas por ano, provenientes do Japão e introduzidas no território nacional através da fronteira com a República Unida da Tanzânia. Os dados são da Autoridade Tributária, que indica o posto fronteiriço de Negomano como principal ponto de entrada, com um fluxo mensal estimado em 170 viaturas.
Este circuito de importação teve início em 2010, pouco depois da inauguração da ponte da Unidade sobre o rio Rovuma, estrutura que facilitou a ligação entre os dois países e impulsionou significativamente a circulação de bens. Quase 15 anos depois, o Rovuma afirma-se como a principal via de entrada de viaturas usadas provenientes do Japão.
A intensificação deste comércio automóvel teve impacto directo nas receitas fiscais arrecadadas em Negomano, que se consolidou como uma das principais fontes de receita para os cofres do Estado em Cabo Delgado. Apesar de a província ainda não registar exportações formais para a Tanzânia através do corredor de Mtwara, o volume de viaturas importadas representa uma contribuição relevante para a economia local.
Parte significativa destes veículos permanece em Cabo Delgado, respondendo às necessidades de mobilidade locais. Contudo, a maioria é distribuída por diferentes províncias do País, revelando o papel estratégico da região na cadeia de abastecimento nacional de viaturas de ocasião.
Antes da inauguração da ponte da Unidade, os importadores optavam maioritariamente pelo porto de Nacala, um dos principais terminais marítimos do continente africano, para o desembarque de veículos oriundos do Japão. A nova rota terrestre veio diversificar os canais logísticos e reduzir os custos operacionais para muitos comerciantes.
Fonte: O País