Parque Nacional de Maputo “Optimista” Com a Classificação Para Património Mundial Pela UNESCO

O administrador do Parque Nacional de Maputo, Miguel Gonçalves, afirmou nesta sexta-feira, 4 de Julho, que espera, com “bastante optimismo”, a decisão da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que pode elevar a área protegida à categoria de património mundial e, consequentemente, fazer aumentar o número de turistas.

“Recebemos uma equipa da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) que efectuou a avaliação do dossiê que fizemos, visitou o campo, confirmou tudo, e deu um parecer positivo à indicação do parque como património mundial. Estamos bastante optimistas”, afirmou o responsável citado pela Lusa.

Segundo o administrador, a provável elevação do estatuto vai mudar a “visibilidade do parque, um lugar a ser apresentado ao mundo como património da humanidade por ser único, com valores universais defendidos pela Unesco”.

“Esta elevação vai mudar a visibilidade, queremos acreditar e esperamos que possa melhorar e aumentar o número de visitantes, de turistas, e permitir que caminhemos, de forma mais consolidada, para a sustentabilidade financeira do parque, gerando impacto para a indústria do turismo e para o desenvolvimento das comunidades”, considerou Miguel Gonçalves.

Em Junho, a União Internacional para a Conservação da Natureza fez saber que o Parque Nacional de Maputo é um dos cinco locais indicados com “excepcional potencial” para ser elevado ao estatuto de património mundial, salientando que a decisão final será tomada em Julho pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

Na altura, a IUCN referiu que o estatuto deverá ser extensivo ainda para áreas que protegem até 850 mil aves migratórias, chimpanzés ocidentais e numerosos peixes de recifes de coral, bem como “paisagens incríveis, marinhas e áreas de rica geodiversidade e biodiversidade.”

A entidade esclareceu ainda que o próximo encontro, ou seja, a 47.ª sessão da Unesco, vai ter lugar entre os dias 6 e 16 de Julho, em Paris, França, e que “além do Parque Nacional de Maputo e dos Ecossistemas Costeiros e Marinhos do Arquipélago dos Bijagós da Guiné-Bissau, a recomendação inclui o complexo Gola-Tiwai, um refúgio de elefantes na Serra Leoa, o Parque Nacional Phong Nha-Ke Bang, no Vietname, e o Monte Kumgang, na Coreia do Norte.”

O Parque Nacional de Maputo é vizinho do iSimangaliso Wetland Park, na África do Sul, que já detém o estatuto de património mundial desde 1999. A proximidade geográfica e ecológica entre os dois parques fortalece os argumentos da candidatura, que destaca as vantagens da gestão conjunta e do intercâmbio científico e conservacionista entre ambos os países.

Este ano, mais de 120 especialistas da UICN analisaram um total de oito candidaturas a património mundial, avaliações que servem de recomendação ao Comité do Património Mundial da Unesco.

O Parque Nacional de Maputo localiza-se a 70 quilometros da cidade de Maputo e junta duas áreas protegidas historicamente estabelecidas, em terra e mar: a Reserva Especial de Maputo e a Reserva Marinha Parcial da Ponta do Ouro.