Decorreu esta quinta-feira, 3 de Julho, na cidade de Maputo, a final do “Campo de Inovação”, evento promovido pela organização Osuwela (organização não-governamental dedicada à promoção do desenvolvimento através da formação em ciência), em parceria com a Fundação ExxonMobil e a JA Africa (Junior Achievement Africa). O evento, que faz parte do programa ExxonMobil Foundation STEM Africa, tem como objectivo incentivar o conhecimento dos estudantes do ensino secundário nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM) e desenvolver habilidades de resolução de problemas.
O evento reuniu 108 alunos, seleccionados nas etapas anteriores, que ocorreram em Maputo, na Matola e em Marracuene. Os estudantes participaram numa competição em que se dividiram em nove equipas de diferentes escolas.
Ao fim de uma hora de “chuva de ideias e elaboração de iniciativas”, os jovens tiveram quatro minutos de “pitch” para apresentar e convencer os jurados sobre a exequibilidade e sustentabilidade das suas iniciativas. Na sequência, a Escola Secundária de Michafutene foi a vencedora, destacando-se pela qualidade do protótipo desenvolvido e pela solução proposta.
Alcinda Mafuiana, docente da Faculdade de Ciências Naturais e Matemática na Universidade Pedagógica, fez parte do júri e comentou a importância da iniciativa. “A competição é uma excelente oportunidade para os estudantes aplicarem conhecimentos de STEM em problemas reais e apresentarem soluções inovadoras”, afirmou, destacando que, para a escolha da equipa vencedora, “foram considerados critérios como a criatividade, a clareza na apresentação e a relevância social da solução apresentada. A equipa vencedora trouxe uma solução que integra fontes de energia renováveis, o combate à poluição e a geração emprego, o que a tornou numa proposta muito forte”, completou.
Por sua vez, Sélvio Gune, professor na Escola Secundária de Michafutene (escola vencedora), que participou na competição pela segunda vez, revelou estar “satisfeito e pronto para representar o País na África do Sul”. “No ano passado, ficámos em terceiro lugar. Este ano, a preparação foi intensa, e esperámos resultados ainda melhores”, contou, explicando que a selecção dos estudantes foi feita através de um concurso interno focado nas turmas de ciências, “com o objectivo de escolher aqueles que estivessem mais preparados para a competição.”

“No ano passado (2024), a Fundação ExxonMobil lançou este programa inovador de ciência, tecnologia, engenharia e matemática para estudantes do ensino médio em quatro países africanos – Nigéria, Angola, Moçambique e Namíbia. A iniciativa chama-se ExxonMobil STEM Africa e o seu objetivo é capacitar mentes jovens e ajudar a formar a próxima geração de cientistas e engenheiros através de uma competição em ciências, tecnologias, engenharias e matemática (STEM)”, explicou Armando Afonso, director de Relações Publicas e Governamentais, ExxonMobil Moçambique.
O responsável reiterou ainda que “este projecto visa desbloquear o potencial, desenvolver capacidades e criar oportunidades que beneficiam não só os alunos que dele beneficiam, mas também a economia do País, as suas comunidades e o seu futuro. A paixão dos alunos, as suas ideias e a sua determinação inspiram-nos. Acreditamos no seu potencial para se tornarem os engenheiros, cientistas, inovadores e líderes do amanhã que formarão a competente força de trabalho da nossa indústria e não só, com carreiras gratificantes. Seguramente muitos desses alunos ajudarão a criar um Moçambique mais brilhante e mais sustentável”.
Na ocasião, Soraia Amaro, directora executiva da Osuwela, frisou que a iniciativa é “uma excelente” forma de incentivar os jovens a se interessarem por ciências e tecnologias. “É essencial que os alunos percebam que o que aprendem nas aulas tem aplicação prática. A competição também é uma oportunidade para os alunos se motivarem e visualizarem um futuro nas áreas de STEM”, disse.
A responsável ressaltou também a importância de projectos como o “Campo de Inovação” para a inclusão das raparigas nas ciências naturais, uma área em que a presença feminina é ainda muito baixa. “A percentagem de raparigas nas áreas de ciências naturais é baixa. É fundamental que elas vejam exemplos de mulheres bem-sucedidas para se motivarem a seguir essas carreiras”, concluiu.
Soraia Amaro revelou que, com um aumento no número de participantes, de 480 no ano passado para 540 este ano, “o programa tem demonstrado o impacto positivo que a parceria entre a Osuwela, a Fundação ExxonMobil e a JA Africa tèm na formação de jovens talentos”. Em Maio deste ano, o projecto foi reconhecido com o Big Five Board Award, um prémio de destaque na indústria de petróleo e gás no continente africano, sublinhando o valor da iniciativa no desenvolvimento das competências de alunos moçambicanos.
A equipa vencedora da Escola Secundária de Michafutene prepara-se agora para representar Moçambique na próxima fase da competição, que acontecerá na Cidade do Cabo, na África do Sul.