O ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Roberto Albino, lançou oficialmente no passado sábado, 21 de Junho, a campanha de colheita de citrinos da empresa Verdant Citrus Massingir, naquela que é considerada uma das maiores colheitas do género realizadas no País desde a independência, tanto pelo volume como pela qualidade dos frutos.
Segundo uma nota do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural, o lançamento “marca um marco importante para a agricultura nacional, representando não apenas o sucesso de um projecto empresarial, mas também um sinal claro do potencial agrícola nacional”, particularmente no cultivo de citrinos, e “dos resultados concretos das políticas governamentais de estímulo à agricultura comercial”.
A empresa, que opera numa área de 505 hectares distribuídos por cinco blocos de produção, “já efectuou uma colheita experimental de mais de 400 toneladas de toranja no Bloco A”. A esta produção somar-se-á, nos próximos dias, a colheita de cerca de 150 toneladas de laranja de qualidade superior, das quais 70% têm como destino os mercados premium, incluindo o mercado interno e a exportação para a vizinha África do Sul, onde a comercialização já se encontra assegurada.
A Verdant Citrus Massingir emprega actualmente 188 trabalhadores, dos quais 167 são permanentes e 21 sazonais. A esmagadora maioria dos trabalhadores – 185 – são nacionais, muitos dos quais jovens e a ocupar cargos de liderança em sectores-chave. A equipa é composta por 67 homens e 121 mulheres, revelando um “perfil inclusivo e alinhado com as metas de desenvolvimento social do País”.
Na cerimónia de lançamento, o ministro Roberto Albino congratulou a empresa pela sua seriedade e dedicação, afirmando que “o Governo está comprometido” em eliminar os obstáculos ainda existentes, sobretudo nas áreas da sanidade vegetal e da biossegurança. “Este é um modelo de agro-negócio que queremos ver replicado por todo o País, mas temos consciência de que há ainda muito por fazer”, sublinhou.

O governante defendeu uma reforma profunda na burocracia que afecta o sector, apelando à melhoria do ambiente de negócios e à humanização das inspecções, tornando-as mais didácticas e colaborativas. “Precisamos de garantir que a água, a energia e as estradas estejam mais próximas de onde o trabalho realmente acontece e gera resultados, como aqui em Massingir”, acrescentou.
Roberto Albino reforçou que o sector agrícola comercial deve ter um papel cada vez mais relevante no crescimento do Produto Interno Bruto nacional, com impacto directo na criação de emprego. “Estamos cientes dos desafios que a empresa enfrenta e iremos envolver a Confederação das Associações Económicas (CTA) e todo o sector privado nacional para que estas questões sejam abordadas de forma coordenada e abranjam todos os produtores, independentemente da sua localização”, afirmou.
A visita da delegação ministerial ao distrito de Massingir culminou com uma reunião com as comunidades vizinhas ao empreendimento agrícola. O encontro teve como objectivo auscultar as preocupações dos pequenos produtores locais. Entre os assuntos mais debatidos destacou-se o problema recorrente da “invasão de elefantes nas zonas agrícolas”, que tem provocado perdas significativas de culturas.
O ministro assegurou que medidas práticas já estão em curso para mitigar este problema no curto prazo, dando continuidade a compromissos assumidos em encontros anteriores. A comitiva governamental foi composta pelo secretário de Estado na Província de Gaza, administradora distrital e por membros do Conselho Consultivo do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MAAP).