A Corporação Financeira Internacional para o Desenvolvimento (DFC, em inglês) dos Estados Unidos da América (EUA) está ainda a finalizar um financiamento de mais de 500 milhões de dólares para o corredor de Lobito, um projecto ferroviário que transportará minerais essenciais da cintura de cobre da África Central para um porto atlântico em Angola.
A DFC está a “negociar activamente com as partes interessadas, incluindo o Governo angolano e a empresa multinacional de commodities Trafigura, sobre o financiamento”, afirmou Conor Coleman, director de Investimentos da DFC, à margem da Cimeira Empresarial EUA-África, em Luanda, nesta segunda-feira (23), acrescentando: “Continuamos muito empenhados nesse projecto em geral e estamos a trabalhar incansavelmente para garantir que seja concretizado”.
A DFC avançou inicialmente, em 2023, que estava a rever o financiamento do projecto. Coleman recusou-se a comentar as razões do atraso, destacando que não estão relacionadas com quaisquer alterações que a administração Trump tenha planeado para a corporação.
“Tudo continua como de costume na DFC, iremos ter um papel importante nas infra-estruturas de minerais críticos, tanto digitais como de transportes, bem como na energia, especialmente aqui no continente africano”, frisou o representante.
A instituição comprometeu-se a conceder uma subvenção de assistência técnica no valor de 3,4 milhões de dólares ao projecto de extracção e processamento de terras raras da Pensana Plc em Angola e está em negociações para financiar a fábrica de produtos agrícolas do Grupo Carrinho através de uma linha de crédito sénior garantida.
Por sua vez, o ministro de Estado para a Coordenação Económica de Angola, José de Lima Massano, atribuiu os atrasos às cláusulas contratuais, incluindo garantias solicitadas pelos financiadores: “Não se trata de empréstimos estatais. Estamos a trabalhar para garantir as condições certas para que o investimento privado avance rapidamente.”
A administração Trump tem demonstrado interesse nos minerais críticos de África, na tentativa de desafiar o domínio da China. Embora os EUA estejam atrás do país asiático na corrida pelos minerais no continente africano, “ainda não é tarde demais”, salientou Coleman.
Actualmente, o país asiático processa todos os minerais que extrai de África na China, “não sendo esta a vontade de qualquer das nações. Há espaço para os EUA e para os países diversificarem a sua base de clientes e pensarem de forma diferente sobre o beneficiamento”, referiu o responsável, destacando haver “oportunidades no atraso”.
Fonte: Financial Post