O ministro dos Recursos Minerais e Energia, Estêvão Pale, manifestou esta sexta-feira, 20 de Junho, em Tóquio, Japão, optimismo quanto à retoma do megaprojecto de gás natural liquefeito (GNL) liderado pela TotalEnergies, avaliado em 1,28 biliões de meticais (20 mil milhões de dólares). Apesar de ainda não ter sido submetido um pedido formal para o levantamento da declaração de força maior, o governante assegurou que o Executivo está a trabalhar activamente para criar condições favoráveis à reactivação das operações, informou a agência Reuters.
Segundo o órgão, a declaração de força maior, decretada em 2021 na sequência dos ataques armados em Cabo Delgado, suspendeu o desenvolvimento dos campos Golfinho e Atum, na Área Offshore 1, bem como a construção de uma unidade de liquefacção com duas linhas de produção. A unidade terá uma capacidade anual de 13,12 milhões de toneladas métricas de GNL.
Em declarações aos jornalistas após um encontro com o ministro da Indústria do Japão, Muto Yoji, Estêvão Pale afirmou: “Estamos a fazer tudo o que podemos para garantir a retoma do projecto. Trabalhamos em estreita coordenação com todos os parceiros envolvidos para assegurar as condições de segurança necessárias.”
Segundo o governante, a situação de segurança na região de Cabo Delgado tem vindo a melhorar de forma significativa, o que contribui para a criação de um ambiente mais favorável para a retoma das actividades. A TotalEnergies, através do seu presidente executivo, Patrick Pouyanné, já havia indicado, durante uma conferência em Tóquio, que espera retomar os trabalhos do projecto nos próximos meses.
O consórcio liderado pela TotalEnergies, que detém uma participação de 26,5%, inclui ainda a japonesa Mitsui & Co com 20%, a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) com 15% e empresas estatais da Índia e da Tailândia, nomeadamente a PTTEP, que detêm as restantes quotas.
Este projecto é considerado um dos maiores empreendimentos energéticos em curso no continente africano e tem potencial para gerar receitas significativas para o País, além de impulsionar o desenvolvimento socioeconómico, sobretudo na zona Norte.
A expectativa do Governo é que, uma vez retomado, o projecto possa consolidar a posição de Moçambique como um dos principais produtores e exportadores de gás natural liquefeito a nível global.