O barril de petróleo está a desvalorizar esta sexta-feira (20), depois de uma série de sessões em alta, impulsionado pelo conflito entre Irão e Israel. Os receios de uma interrupção no fornecimento de crude na região fizeram com que os preços disparassem esta semana, mas a indecisão do Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, em participar na guerra está a enviar uma mensagem de cautela ao mercado. Esta quinta-feira, Trump revelou que só vai tomar uma decisão sobre o conflito daqui a duas semanas.
Neste contexto, o contrato de Julho do West Texas Intermediate (WTI) – de referência para os EUA – está a perder 0,19% para 75 dólares por barril. Já o contrato de Agosto do Brent – de referência para o continente europeu – afunda 2,50% para 76,88 dólares por barril. De acordo com a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, a decisão vai demorar a chegar devido ao que diz ser uma “mudança significativa nas negociações” com o Irão.
“As declarações de Leavitt retiraram um pouco da urgência do mercado”, explicou Robert Rennie, analista de commodities do Westpac Banking Corp, à Bloomberg. “Por enquanto, o petróleo deve continuar a negociar nesta faixa volátil dos 70 aos 80 dólares”, acrescentou. O Brent terminou a sessão desta quinta-feira a valorizar quase 3%, com os investidores receosos em relação a um possível ataque dos EUA ao Irão – um cenário que a Casa Branca vem, agora, afastar.
Embora Israel continue a atacar as infra-estruturas energéticas do Irão, a capacidade do país para produzir e fornecer petróleo ao mercado não parece ser afectada por este conflito. No entanto, há já sinais de que o membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) está a apressar-se a colocar o seu crude no mercado, uma vez que os tanques de armazenamento no terminal da ilha de Kharg estão cheios da matéria-prima, escreveu a Bloomberg.