O Banco de Moçambique (BdM) fez saber que o Investimento Directo Estrangeiro (IDE) em Moçambique atingiu em 2024 os 3,5 mil milhões de dólares (221,2 mil milhões de meticais), um aumento de 41,6% se comparado com os 2,5 mil milhões de dólares (158 mil milhões de meticais) contabilizados em 2023.
No relatório anual da Balança de Pagamentos, consultado pelo Diário Económico, o banco central explica que o desempenho positivo reflecte “a tendência de crescimento que se vem observando nos últimos cinco anos”.
A entidade financeira descreve que a indústria extractiva “manteve a sua posição de maior receptor de fluxos de investimento”, com 3 mil milhões de dólares (189,6 mil milhões de meticais) o equivalente a 87,2% do total do IDE.
Por sua vez, a indústria transformadora captou 134,8 milhões de dólares (8,5 mil milhões de meticais), correspondente a 3,8% do total do IDE, enquanto o sector da electricidade recebeu 96,9 milhões de dólares (6,1 mil milhões de meticais), cerca de 2,7%.
Anteriormente, o Governo estimou que o IDE no País deveria duplicar em 2024, impulsionado pelos negócios de exploração do gás natural liquefeito (GNL). Nos documentos de suporte ao PESOE de 2024, apontou-se que o IDE iria aumentar para 4,7 mil milhões de dólares, montante que não atingiu.
No entanto, para este ano, o Governo estima que o Investimento Directo Estrangeiro poderá crescer mais de 40%, o equivalente a 5 mil milhões de dólares. A previsão consta na proposta do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado (PESOE) de 2025, aprovada recentemente no Parlamento.
De acordo com o documento elaborado pelo Executivo de Daniel Chapo, que tomou posse em Janeiro, o crescimento do IDE será “influenciado pela implementação de projectos estruturantes na bacia do Rovuma”, na província de Cabo Delgado, que incluem a retoma da construção da unidade da TotalEnergies e a segunda plataforma da Eni.
A proposta de lei do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado para 2025 está orçada em 512,7 mil milhões de meticais (7,9 mil milhões de dólares). Entre os principais pressupostos macroeconómicos que o consubstanciam, está o crescimento do Produto Interno Bruto em 2,9% e uma taxa de inflação média anual em torno de 7%. As perspectivas também apontam para receitas no valor de 385,8 mil milhões de meticais (5,9 mil milhões de dólares).
O PESOE é um documento que define os principais objectivos económicos e sociais e de política financeira do Estado, assim como identifica a previsão das receitas a arrecadar, as acções e os recursos necessários para a sua implementação.