O Presidente da República, Daniel Chapo, desafiou nesta quarta-feira, 18 de Junho, a Rede Aga Khan para o Desenvolvimento (AKDN) a expandir a sua intervenção no País para o sector da saúde, complementando os projectos já em curso nas áreas da educação e desenvolvimento social. A solicitação foi feita durante uma visita à Academia Aga Khan, localizada na Matola, nos arredores de Maputo.
Segundo a agência Lusa, após a visita, o chefe do Estado classificou a instituição como um exemplo de “excelência”, salientando o potencial de replicar projectos semelhantes noutras regiões do País. “Estamos já a dialogar sobre a possibilidade de investimentos não apenas na educação, mas também na área da saúde, que é fundamental para o reforço do sector social. Com base no trabalho já realizado pela Fundação Aga Khan, acreditamos que é possível alargar o investimento a este domínio”, declarou.
Daniel Chapo manifestou ainda a disponibilidade do Governo para aprofundar o diálogo com a AKDN, com vista à criação de mais iniciativas desta natureza, tanto em número como em qualidade. “Falamos de projectos na educação, saúde, assistência social e outras áreas relevantes para o desenvolvimento nacional”, afirmou.
Sobre a Academia, o Presidente da República destacou tratar-se de um investimento “muito bem estruturado”, que deve servir de referência tanto para o sector privado como para o ensino público. “É uma experiência que merece ser replicada noutras províncias, tendo em conta a necessidade nacional de acesso a uma educação de qualidade”, acrescentou.
Segundo dados de 2024, a Rede Aga Khan para o Desenvolvimento está presente em 30 países, com cerca de mil programas e instituições sob sua coordenação. Emprega actualmente 96 mil pessoas em todo o mundo, das quais 1700 em Moçambique, sendo 95% cidadãos nacionais.
O orçamento anual global da AKDN para actividades de desenvolvimento sem fins lucrativos ronda os mil milhões de dólares (cerca de 63 mil milhões de meticais). Em Moçambique, os principais projectos concentram-se nos sectores da educação, saúde, infra-estruturas e indústria, sobretudo na província de Cabo Delgado, ao abrigo de um acordo de cooperação assinado em 1998.
Aga Khan, fundador e presidente da rede e líder espiritual dos muçulmanos xiitas ismailis, faleceu a 4 de Fevereiro deste ano, em Lisboa, aos 88 anos.