A petrolífera francesa TotalEnergies anunciou esta quarta-feira, 18 de Junho, que prevê retomar, ainda “neste Verão”, o desenvolvimento do seu megaprojecto de gás natural liquefeito (GNL) no Norte do País, suspenso desde 2021 na sequência de ataques armados, informou a agência Reuters.
Segundo o órgão, o anúncio foi feito pelo director executivo da TotalEnergies, Patrick Pouyanné, durante a sua intervenção na Cimeira de Energia do Japão, que está a decorrer em Tóquio até 20 de Junho. Questionado sobre o calendário da retoma do projecto, o responsável afirmou que a empresa está preparada para reiniciar as actividades nos próximos meses, sublinhando o compromisso com o investimento avaliado em cerca de 1,28 biliões de meticais (20 mil milhões de dólares).
O projecto, localizado na província de Cabo Delgado, envolve o desenvolvimento dos campos de gás Golfinho e Atum, inseridos na Área 1 da concessão offshore, bem como a construção de uma unidade de liquefacção com duas linhas de produção. A capacidade total estimada do empreendimento é de 13,12 milhões de toneladas métricas de GNL por ano.
As operações foram interrompidas em 2021, após a intensificação de ataques insurgentes na região, levando a TotalEnergies a declarar “força maior” e a retirar todo o pessoal do local.
A estrutura accionista do consórcio é liderada pela TotalEnergies, que detém 26,5% do capital. A japonesa Mitsui & Co possui 20%, enquanto a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), representante do Estado, detém 15%. O restante capital está distribuído entre empresas estatais indianas e a tailandesa PTTEP.
A empresa está preparada para reiniciar as actividades nos próximos meses, comprometida com o investimento avaliado em cerca de 1,28 biliões de meticais (20 mil milhões de dólares)
A possível retoma do projecto é vista como um passo crucial para a economia nacional, que deposita grandes expectativas nas receitas do gás natural para estimular o crescimento económico, atrair investimento estrangeiro e reforçar a estabilidade financeira.
Recentemente, o director-geral da TotalEnergies no País, Maxime Rabilloud, convidou cerca de cem pessoas, incluindo empresas contratadas e subcontratadas pela companhia, para uma videoconferência no dia 27 de Maio. O objectivo foi discutir as novas condições de segurança introduzidas pela multinacional petrolífera no local de Afungi, onde estão previstas a construção de duas unidades do projecto Mozambique LNG (com capacidade total de 13,1 milhões de toneladas por ano).
Os 120 participantes, entre os quais se encontravam sobretudo representantes da CCS JV, o consórcio escolhido para liderar o projecto (integrado pela Saipem, McDermott International e Chiyoda), bem como subcontratados como a WBHO e a Gabriel Couto, tomaram conhecimento de que a área do parque de GNL na península de Afungi será totalmente inacessível por via terrestre, quer para entregas de materiais, quer para circulação de pessoal. Suprimentos, materiais de construção e trabalhadores do local deverão, assim, chegar exclusivamente por mar ou por ar, uma vez que Afungi dispõe de uma pista de aterragem construída pela construtora Gabriel Couto.