Numa altura em que muitos países africanos estão sobrecarregados com uma dívida externa crescente, ter uma dívida baixa para com o Fundo Monetário Internacional (FMI) é um feito notável. Não se trata apenas de dados orçamentais, mas de uma boa gestão económica, de uma maior autonomia financeira e de uma melhor resistência aos choques externos.
Nas últimas semanas, registaram-se progressos significativos entre o FMI e os países da África Ocidental, nomeadamente a Nigéria e o Gana, que conseguiram reduzir as suas dívidas à instituição financeira.
Quando as operações de recuperação do FMI e os pacotes de apoio de emergência são comuns em todo o continente, a baixa dívida de um país ao Fundo indica estabilidade e confiança na sua base macroeconómica.
Uma dívida baixa ao FMI indica que a nação em questão praticou uma boa gestão financeira. O Fundo intervém normalmente quando um país atravessa graves crises fiscais ou problemas de balança de pagamentos, ao contrário dos credores baseados no mercado.
Consequentemente, um país com pouca ou nenhuma dívida ao FMI evitou muitas vezes crises semelhantes através da implementação de políticas fiscais sensatas, estruturas fiscais eficientes e despesas públicas limitadas.
No entanto, espera-se que os países africanos altamente endividados com a instituição adiram a prescrições políticas rigorosas, conhecidas como “condicionalidades do FMI”. Estas incluem frequentemente medidas de austeridade, a eliminação de subsídios, reformas do sector público ou a desvalorização da moeda, o que pode causar descontentamento social e limitar a capacidade do Governo para adoptar soluções locais.
Um país com uma dívida reduzida ao FMI está menos condicionado por influências estrangeiras, o que lhe dá mais margem de manobra para implementar políticas em conformidade com os interesses e objectivos socioeconómicos locais, como é o caso da Nigéria, que reembolsou recentemente o empréstimo de emergência de 3,4 mil milhões de dólares garantido pela instituição financeira em 2020.
A tabela abaixo mostra os dez principais países africanos com a menor dívida ao FMI em Maio de 2025.

Fonte: Business Insider Africa