A obrigatoriedade de selagem de bebidas alcoólicas fora do País, no caso das bebidas importadas, está a afectar negativamente o desempenho da empresa Cervejas de Moçambique (CDM) e a provocar perdas fiscais significativas para o Estado, informou esta quarta-feira, 11 de Junho, a Agência de Informação de Moçambique (AIM).
De acordo com o presidente do Conselho de Administração da CDM, Tomáz Salomão, “esta medida provocou uma redução de 87% na disponibilidade de marcas importadas, além de perdas fiscais acumuladas, que se estimam em mais de 1,1 mil milhões de meticais (17,2 milhões de dólares) para o Estado.”
A empresa defende que o processo de selagem da cerveja importada seja realizado em território nacional, de modo a beneficiar não só a própria CDM e os seus accionistas, como também as finanças públicas.
Tomáz Salomão falava na semana passada durante a Assembleia Geral Ordinária anual da CDM, que reuniu os accionistas maioritários e minoritários, bem como os membros do Conselho de Administração, numa sessão dedicada à apresentação e discussão do desempenho da empresa no exercício de 2024.
Por seu turno, Galo Rivera, director-geral da CDM, citado num comunicado de imprensa da empresa, referiu-se a outro obstáculo enfrentado pela companhia durante o ano de 2024: as manifestações registadas no último trimestre do ano.
“A instabilidade verificada neste período de pico das vendas causou uma contracção da receita em 2,5%. Não obstante esta quebra, o lucro operacional cresceu 13% (mais 326 milhões de meticais do que em 2023), impulsionado pelo aumento das exportações para a África do Sul e pela optimização das operações”, afirmou.
O director-geral destacou ainda um aumento de 1,1 mil milhões de meticais no lucro líquido do exercício, “positivamente influenciado pela redução dos custos financeiros”.
Na sequência destes resultados, a Assembleia Geral aprovou a distribuição, pelos accionistas, de um dividendo bruto no valor de 1,2 mil milhões de meticais, o que corresponde a 8,15 meticais por cada acção da sociedade.
A CDM conta actualmente com cerca de três mil accionistas e continua a posicionar-se como um parceiro estratégico no desenvolvimento económico de Moçambique, reafirmando o seu compromisso com as melhores práticas de gestão, com a transparência e com o respeito pela legalidade, colaborando de forma estreita com as autoridades nacionais.