O Governo do Zimbabué vai proibir a exportação de concentrados de lítio a partir de 2027, à medida que alarga o seu esforço para um maior processamento local, revelou, nesta terça-feira (10), o ministro das Minas, Winston Chitando.
Segundo informou a Bloomberg, o país da África Austral, que é o maior produtor africano de lítio utilizado em baterias para alimentar tecnologias de energia renovável, proibiu pela primeira vez a exportação deste minério em 2022 e tem pressionado os mineiros a processarem mais internamente com vista a desenvolver a sua própria indústria. As empresas mineiras de lítio do Zimbabué, na sua maioria chinesas, têm exportado concentrados para a China.
Chitando sublinhou que as fábricas de sulfato de lítio estão actualmente a ser desenvolvidas em duas minas do país – a Bikita Minerals, de propriedade da empresa mineira Sinomine, e Prospect Lithium Zimbabwe, de propriedade da Zhejiang Huayou Cobalt.
O sulfato de lítio é um produto intermédio que pode ser refinado num material de qualidade para o fabrico de baterias, como o hidróxido de lítio ou o carbonato de lítio.
“Por causa dessa capacidade que está agora no país, a exportação de todos os concentrados de lítio será proibida a partir de Janeiro de 2027”, afirmou o governante.
Em 2023, o Zimbabué deu aos mineiros de lítio um prazo até Março de 2024 para apresentar planos para o desenvolvimento de refinarias locais, mas suavizou a sua postura após o colapso dos preços do metal.
Sinomine e Zhejiang Huayou Cobalt fazem parte de um grupo de empresas chinesas, incluindo Chengxin Lithium Group, Yahua Group e Canmax Technologies, que gastaram mais de mil milhões desde 2021 para adquirir e desenvolver projectos de lítio no Zimbabué.