O Grupo Vodacom, uma das maiores empresas de telecomunicações no continente, anunciou ter alcançado um marco significativo na sua estratégia ambiental, pois 100% da electricidade adquirida pelo grupo provém agora exclusivamente de fontes renováveis. A conquista abrange todas as operações da empresa, incluindo em Moçambique.
Segundo um artigo tornado público esta terça-feira, 10 de Junho, pelo portal de notícias Engineering News, “este feito reflecte o contínuo esforço da empresa para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa (GEE)” e avançar rumo ao objectivo mais ambicioso de emissões líquidas zero nas operações directas até 2035.
A Vodacom, citada pelo órgão, explicou que recorre a diversas estratégias para garantir o fornecimento de energia renovável às suas instalações, entre as quais se destacam a implementação de unidades próprias de geração de energia renovável, nomeadamente solar e eólica; a celebração de contratos de compra de energia renovável (PPA) com produtores independentes; e a aquisição de Certificados de Energia Renovável (REC) para compensar o consumo de electricidade proveniente da rede pública.
No último ano financeiro, o consumo total de energia da Vodacom foi de 2076 gigawatts-hora (GWh), dos quais cerca de 1275 GWh foram adquiridos da rede ou de outros fornecedores. Destes, 906 GWh foram consumidos a partir da rede eléctrica tradicional, não cobertos por PPA ou produção própria. Para mitigar o impacto ambiental dessa parcela, a empresa adquiriu REC, garantindo que toda a electricidade utilizada seja efectivamente renovável.
Segundo a empresa, esta abordagem abrange países como a África do Sul, Egipto, Tanzânia, República Democrática do Congo (RDC), Moçambique e Lesoto.
“Estamos extremamente orgulhosos desta conquista. À medida que continuamos a reduzir o nosso impacto ambiental e a melhorar a sustentabilidade das nossas operações em toda a África, a nossa aquisição de electricidade 100% renovável marca um marco significativo na nossa estratégia contínua para atingir emissões líquidas zero até 2035”, afirmou Dejan Kastelic, director de tecnologia da Vodacom.

O sector das tecnologias da informação e comunicação (TIC) é responsável por entre 1,5% e 4% das emissões globais de gases com efeito de estufa, percentagem que tende a aumentar com o crescimento exponencial do tráfego de dados, impulsionado pela expansão da Internet e pela proliferação de tecnologias baseadas em inteligência artificial.
Perante este cenário, a transição para fontes de energia renováveis torna-se essencial para conter o impacto ambiental da indústria. A Vodacom refere que tem assumido um papel pioneiro nesse movimento, aliando inovação tecnológica a parcerias estratégicas com o sector público.
Um exemplo deste tipo de iniciativas é a colaboração com a Eskom (empresa estatal de energia da África do Sul) no desenvolvimento do chamado “transporte virtual” de energia renovável. O mecanismo permite que a electricidade consumida pelas operações locais da Vodacom tenha origem em produtores independentes de energia renovável (IPP), como parques solares e eólicos.
“A Vodacom África do Sul será a primeira a adquirir electricidade renovável através do transporte virtual no último trimestre de 2025”, revelou Dejan Kastelic.
A nível continental, a empresa trabalha em estreita cooperação com governos locais para incentivar o investimento em infra-estruturas de energia limpa e promover o crescimento de produtores independentes de energia renovável.
Dejan Kastelic sublinhou a importância do papel do sector tecnológico na luta contra as alterações climáticas, especialmente em regiões como a África, onde os efeitos das mudanças climáticas são cada vez mais visíveis.
“O sector de tecnologia tem a responsabilidade e a capacidade de liderar os esforços para reduzir as emissões de GEE”, afirmou, destacando que “na Vodacom, estamos comprometidos em definir o padrão em eficiência energética e acelerar a transição para a energia renovável”.
A empresa destaca-se ainda por ser o primeiro operador do continente a certificar todas as suas operações africanas segundo a norma ISO 50001, referência internacional em gestão de energia.
“À medida que continuamos a viver o nosso propósito de conectar todos a um futuro melhor, a nossa meta de zero emissões líquidas é uma necessidade para construir uma sociedade digital sustentável e inclusiva, ao mesmo tempo que protegemos o nosso planeta para as gerações futuras”, concluiu.