O grupo estatal China Road and Bridge Corporation (CRBC) vai investir na construção de estradas de acesso à província de Inhambane e ao Porto da Beira, na província de Sofala, nas regiões Sul e Centro do País, respectivamente. Neste sentido, o Governo irá assinar nesta quarta-feira, 11 de Junho, os contratos para a execução dos projectos, onde um vai envolver financiamento directo e outro uma parceria público-privada.
Em entrevista a Lusa, o ministro dos Transportes e Logística, João Matlombe, explicou que a empresa chinesa vai construir uma estrada com quase 78 quilómetros para melhorar o acesso à Inhambane, considerada “zona turística mais importante”.
O dirigente defendeu que, de acordo com um estudo já realizado, a estrada de ligação ao Porto da Beira, do ponto de vista do modelo de negócios, permite que qualquer investidor recupere o seu investimento. “Esta é uma das maiores infra-estruturas existentes, e o novo acesso será um corredor alternativo que irá facilitar, a saída dos camiões do porto para o vizinho Zimbabué”.
Matlombe que se encontra em Macau, onde participa do 16.º Fórum e Exposição Internacional sobre o Investimento e Construção de Infraestruturas (IIICF, na sigla em inglês), revelou que já tem pelo menos cinco encontros marcados com membros do Governo de Botsuana, Angola, Cabo Verde e República Democrática do Congo (RDCongo).
“Com estes países, pretendemos debater sobre a funcionalidade do corredor logístico na zona Norte, que liga o Maláui, Zâmbia e RDCongo, para capitalizar a utilização do Porto de Nacala”, referiu.
O governante sublinhou ainda que à margem daquele evento, o Executivo vai assinar também alguns acordos para o programa de massificação da habitação social para os jovens, visto que “Moçambique enfrenta um défice habitacional crítico superior a 2,7 milhões de unidades e que as dificuldades são sentidas sobretudo pela juventude”.
Dados do Governo indicam que mais de 80% da população moçambicana vive em assentamentos informais e que menos de 5% dos jovens tem acesso ao crédito habitacional formal no País. No início de Abril, a empresa de Hong Kong Phoenix International Group começou a construir seis mil apartamentos destinados a jovens nos arredores da cidade de Maputo.