O Presidente da República, Daniel Chapo, pediu esta segunda-feira, 9 de Junho, para se esquecer as “fronteiras administrativas e políticas” na viabilização de negócios com o vizinho Essuatíni, apelando para se “desbloquear” qualquer barreira que impeça o crescimento das economias dos dois países, informou a agência Lusa.
“Queria aproveitar esta ocasião para dizer que, como vizinhos, irmãos, temos de ver as oportunidades em comum tanto em Moçambique como em Essuatíni. Unidos, com responsabilidades e investimentos partilhados, podemos crescer e criar melhores condições de vida para os nossos povos e fazer crescer as nossas economias”, disse Daniel Chapo, que está de visita ao país vizinho.
O chefe do Estado apresentou as potencialidades de negócios do País numa reunião com empresários nacionais e do Essuatíni, em que defendeu “uma visão estratégica comum” entre os dois países para viabilizar negócios.
“Às vezes, é preciso esquecermos as fronteiras administrativas e políticas e ver os nossos territórios como um único espaço para oportunidades de negócio, tanto de um lado como do outro”, disse Chapo.
“Se ficarem atentos, vão perceber que, noutras partes do mundo, já não há fronteiras, praticamente. A Europa tem uma moeda comum, o euro, e podemos ter um visto que nos permite circular por todos os países da União Europeia sem dificuldades. E nós continuamos a criar barreiras entre nós. São essas barreiras que não nos fazem crescer economicamente”, acrescentou o Presidente da República.
Daniel Chapo pediu união entre todos os países africanos para se alavancar a economia do continente, repetindo ser fundamental para o desenvolvimento.
“Precisamos de desbloquear tudo aquilo que não permite fazer crescer as nossas economias e temos de ter uma visão estratégica comum para podermos fazer negócios sem barreiras”, disse.
“Às vezes, é preciso esquecermos as fronteiras administrativas e políticas e ver os nossos territórios como um único espaço para oportunidades de negócios, tanto de um lado como do outro”
Daniel Chapo criticou igualmente a falta de ligações aéreas entre vários países africanos, o que afirmou ser “uma barreira para os negócios”. Apelou à união, sobretudo dos países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), alertando que “ninguém cresce sozinho”.
“A SADC, em si, é um grande mercado e nós temos de ‘pensar grande’ como países para desenvolvermos a nossa região. Só podemos desenvolver se investirmos. Não precisa de ser só com o nosso dinheiro, mas com dinheiro daqueles que vêm à procura de oportunidades de negócio”, apontou.
Na mesma intervenção, Chapo pediu aos empresários de Essuatíni investimentos na área da energia, apontando que Moçambique possui uma localização estratégia, investimentos em andamento e fontes diversificadas de energia para alimentar toda a região da SADC.
“Temos uma localização estratégica e, sobretudo, temos recursos, como os rios, que podem produzir energia hídrica. Também temos gás, podemos construir centrais para produzir energia eléctrica. Temos sol todo o ano e uma localização geográfica que nos leva a estar ao lado do mar que produz vento do qual podemos produzir energia eólica”, exemplificou Chapo.
“Não podemos olhar para a crise de energia como uma fatalidade, mas como uma oportunidade para resolvermos a situação e, consequentemente, fazermos dinheiro”, acrescentou.
Daniel Chapo também falou das potencialidades do País nas áreas do turismo, agricultura, transportes e logística, apontando que os recursos naturais para viabilizar projectos.