A empresa diamantífera Debswana Diamond Company do Botsuana anunciou na sexta-feira (6), que está a suspender temporariamente a produção em algumas das suas minas, reduzindo a produção em resposta à fraqueza prolongada do mercado global de diamantes.
O comércio global de diamantes tem sofrido uma recessão desde o segundo semestre de 2023, o que levou a Debswana a reduzir a produção em 27%, para 17,93 milhões de quilates em 2024. A empresa, que responde por cerca de 90% das vendas destas pedras no Botsuana, registou uma queda de 46% nas receitas de vendas no ano passado.
A diamantífera, uma joint venture 50-50 entre o Governo do Botsuana e a gigante global De Beers – um conglomerado de empresas envolvido na mineração e comércio de diamantes -, planeia agora reduzir a produção para 15 milhões de quilates em 2025, informou em comunicado.
“A Debswana Diamond Company continua a navegar com prudência pelas condições desafiadoras do mercado, incluindo a baixa demanda sustentada em todo o pipeline de diamantes e pressões emergentes, como as tarifas impostas pelos Estados Unidos da América (EUA)”, lê-se no documento.
A empresa está a suspender temporariamente a produção nas minas Jwaneng Cut 9 e Orapa, após ter interrompido as operações na sua planta de concentrados na cidade de Letlhakane e na instalação modular da cidade de Jwaneng em Abril.
“As paragens temporárias deverão proporcionar poupanças significativas em combustível, electricidade e outros consumíveis de produção”, acrescentou a Debswana.
Iniciativas de longo prazo, como o projecto subterrâneo de Jwaneng, para converter a mina a céu aberto emblemática da Debswana numa operação subterrânea, continuarão, mas alguns projectos de capital serão abrandados para economizar custos.
Contudo, a Debswana frisou que não estão previstos cortes involuntários de empregos, embora a empresa continue a oferecer demissões voluntárias.
O Botsuana obtém 30% das suas receitas e 75% dos seus ganhos em moeda estrangeira dos diamantes, e a actual recessão do mercado resultou numa contracção da economia de 3% em 2024. O Fundo Monetário Internacional (FMI) previu uma redução adicional de 0,4% este ano.
Fonte: Reuters