A Organização das Nações Unidas para a Igualdade de Género e Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres) alertou para a circunstância de quase 30% das novas infecções por VIH em Moçambique acontecerem em mulheres jovens e adolescentes, o que revela “desigualdades de género profundas” no País, colocando este grupo de pessoas em situação de maior vulnerabilidade.
Diante deste cenário, a entidade, através de um relatório mencionado pela Lusa, reafirma o compromisso de integrar a perspectiva de género em todas as estratégias de saúde pública, promovendo a liderança parlamentar no combate à epidemia.
“Nenhuma resposta ao HIV é eficaz se não estiver ligada à igualdade. Moçambique é o terceiro país com mais pessoas infectadas pelo vírus, sendo as raparigas adolescentes e mulheres jovens as mais afectadas”, recordou.
De acordo com o documento, Moçambique conta com uma estimativa de 2,3 a 2,6 milhões de pessoas a viver com VIH, incluindo cerca de 17 mil crianças, contando com uma prevalência da doença de 12,5% em pessoas com mais de 15 anos, sendo mais alta nas mulheres do que nos homens.
A informação foi avançada em Maio pelo Gabinete Parlamentar de Prevenção do VIH/SIDA da Assembleia da República, que sublinha que a medida permitirá a retoma imediata de serviços essenciais de tratamento, incluindo aconselhamento, testagem de VIH, tratamento de infecções oportunistas como a tuberculose, serviços laboratoriais e gestão da cadeia de fornecimento de medicamentos.
A isenção autoriza também a continuidade de programas de prevenção da transmissão do VIH de mãe para filho, nomeadamente através da profilaxia pré-exposição (PrEP) dirigida a mulheres grávidas e lactantes. Além disso, os fundos do PEPFAR (President’s Emergency Plan for AIDS Relief) poderão ser usados para custos administrativos razoáveis necessários à entrega da assistência.