O “happywashing” caracteriza-se pela discrepância entre o que se comunica sobre bem-estar e o que realmente se vive no dia-a-dia da empresa. São campanhas, frases inspiradoras, imagens felizes, sem uma base estrutural que sustente essa narrativa.
Quando o discurso sobre bem-estar não é acompanhado por medidas concretas, surge a incoerência. E, com ela, a frustração.
Segundo um estudo de 2023 da Gallup, uma empresa de pesquisa de opinião dos Estados Unidos, apenas 23% dos colaboradores a nível global afirmam sentir-se verdadeiramente valorizados pelas suas empresas. O mesmo relatório destaca que a falta de autenticidade nas políticas de bem-estar está directamente relacionada com o aumento do desengajamento, absentismo e rotatividade.
Os colaboradores que sentem essa dissonância tendem a desmotivar, perder confiança nas lideranças e até abandonar a organização. A longo prazo, a cultura fragiliza-se e a reputação também.
Entre os sinais de alerta estão:
- Discurso repetitivo e genérico, sem medidas concretas;
- Iniciativas pontuais sem continuidade;
- Falta de escuta activa e canais de feedback;
- Comunicação interna que não reflecte a realidade vivida.
Em alguns casos, o “happywashing” surge quando há uma tentativa de compensar a ausência de práticas estruturadas com acções simbólicas, desde slogans inspiradores afixados nas paredes, até pequenos “mimos” ocasionais como fruta ou sessões de ioga esporádicas.
Embora estas iniciativas possam fazer parte de uma estratégia autêntica, quando surgem desligadas de uma política consistente de bem-estar, tornam-se meramente decorativas.
Quando não existe um compromisso real com as pessoas, o bem-estar transforma-se num adereço, e os colaboradores sentem-se usados, não valorizados.
Fonte: RH Magazine