A produção de petróleo em Angola registou uma queda significativa no mês de Abril, com uma média diária de 1 001 704 barris, valor 7,9% inferior à previsão oficial de 1 087 632 barris por dia, segundo dados divulgados esta semana pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), citados pela Lusa.
No total, Angola produziu 30 milhões de barris ao longo do mês, com uma eficiência operacional de 86,6%, de acordo com o relatório mensal da ANPG. A produção ficou abaixo do esperado, sinalizando dificuldades operacionais persistentes num sector crucial para a economia angolana.
Além do petróleo, a produção de gás associado (o gás natural extraído juntamente com o petróleo) também teve destaque. Grande parte deste foi reinjectada nos reservatórios, utilizada na produção de energia ou canalizada para a fábrica de gás natural liquefeito (ALNG).
A unidade da ALNG produziu 3,8 milhões de barris de óleo equivalente, embora este volume represente uma redução de aproximadamente 10% face às metas traçadas, devido a trabalhos de manutenção e a uma avaria técnica. O barril de óleo equivalente é uma medida padronizada usada para agregar diferentes formas de energia com base no seu valor energético comparável ao do petróleo.
No que respeita ao destino da produção petrolífera, os levantamentos totais de Abril somaram 31 milhões de barris, dos quais 29 milhões foram destinados à exportação, e cerca de 1,8 milhões de barris foram encaminhados para a refinaria de Luanda para processamento interno.
Durante o período em análise, 14 unidades de sondagem estiveram activas, tendo sido realizados trabalhos em 28 poços, numa tentativa de manter a produção e preparar novas fases de exploração.
O recuo na produção petrolífera representa mais um desafio para Angola, cuja economia continua fortemente dependente das receitas do sector dos hidrocarbonetos. A queda, embora pontual, poderá ter impactos nas receitas fiscais e na balança comercial do País, caso a tendência se prolongue nos próximos meses.