Empresários nacionais e angolanos manifestaram na sexta-feira, 30 de Maio, interesse em aprofundar a cooperação bilateral nos sectores da banca, seguros e imobiliário, durante um encontro realizado na sede da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), em Maputo. A iniciativa surge num momento de renovação das relações económicas entre os dois países africanos lusófonos, informou a agência Lusa.
“Temos aqui uma interacção de interesse daquilo que é mútuo e naquilo que é parceria Angola-Moçambique. Esta é a primeira de várias visitas que vão ocorrer naquilo que é a operação Moçambique-Angola na banca e seguros e naquilo que é o nosso ecossistema”, afirmou Sofia Chival, presidente da Prefira Seguros e moçambicana radicada em Angola há 17 anos.
A empresária destacou que existem “muitos modelos de cooperação” entre os dois países, sublinhando a “muito boa” relação que os une, nomeadamente no seguimento da recente visita do Presidente da República, Daniel Chapo, a Angola. “Temos uma relação muito boa, cultural e de irmandade. E viemos mostrar que também temos interesse em Moçambique, em questões de investimentos”, reforçou.
Além da banca e dos seguros, os empresários demonstraram igualmente vontade de investir em sectores como a tecnologia digital, energias renováveis, mineração e turismo, procurando explorar sinergias em áreas de crescimento estratégico.
Um dos projectos em análise passa pela possível entrada do Banco Yetu no mercado nacional. A instituição financeira angolana está a estudar a viabilidade de estabelecer operações no País, o que é visto pelos empresários moçambicanos como uma oportunidade para expandir e diversificar os serviços financeiros disponíveis.
“Nós achamos que quanto maior for o número de bancos na nossa praça melhor será para os clientes. Por isso, temos de alargar aquela que é a base de actuação de bancos ou de serviços financeiros, e este grupo Yetu mostrou-se bastante disponível para explorar o mercado moçambicano”, declarou Onório Manuel, vice-presidente da CTA.
O empresário acrescentou ainda que o grupo angolano tem particular interesse no sector imobiliário moçambicano, actualmente afectado por uma “crise generalizada”. “Eles querem olhar também de forma muito particular a área imobiliária. Como sabe, nós temos uma crise generalizada no sector imobiliário”, concluiu.
Embora não tenham sido divulgados valores concretos dos investimentos previstos, espera-se que os projectos venham a movimentar dezenas a centenas de milhões de meticais, tendo em conta a dimensão dos sectores visados e o histórico de investimentos angolanos na região.