O Ministério da Agricultura, Ambiente e Pescas anunciou na sexta-feira, 30 de Maio, em Maputo, a actualização do preço de referência do algodão-caroço para a campanha agrícola 2025-2026, fixando o valor do quilo de primeira qualidade em 22 meticais. Este valor representa uma redução de 12% em relação à campanha anterior, informou a Agência de Informação de Moçambique.
Já para o algodão-caroço de segunda qualidade, o preço estabelecido é de 15,5 meticais por quilo, contra os 17,5 meticais praticados anteriormente, o que corresponde a uma descida de 11,42%.
Embora os preços tenham sido revistos em baixa, o Governo assegura que irá subsidiar a taxa de juro para a aquisição de equipamentos e insumos agrícolas, com condições especiais para os produtores que operam dentro do sistema formal. Para esses, a taxa de juro será de 0%, como parte de um pacote de medidas de incentivo ao desenvolvimento da cadeia de valor do algodão.
O ministro do sector, Roberto Albino, justificou que, apesar do esforço do Governo, não existem condições para subsidiar directamente o preço do algodão, reforçando que a estratégia será promover o fortalecimento da cadeia de valor.
“Em paralelo com isso, também nós concordamos com a indústria de algodão fortalecer essa cadeia de valor estratégica. Tem uma linha de cerca de 100 mil produtores que estão organizados em associações, que estão dentro de um programa de fomento já enraizado com disciplina e seriedade como abordam as transacções económicas dentro desta cadeia e trazer mais investimentos para diversificação”, declarou Albino.
O Governo reconhece também que os produtores de algodão têm um papel multifuncional, contribuindo igualmente para a produção de alimentos e outras culturas, e pretende aproveitar esta base produtiva para reforçar a agenda nacional de segurança alimentar.
Como parte das medidas para garantir maior transparência e eficiência, o Executivo anunciou ainda a introdução de uma plataforma digital, onde deverão decorrer todas as transacções ligadas às linhas de apoio, incluindo o acesso a crédito e aquisição de insumos.
“Todas as transacções das nossas linhas de apoio vão ocorrer dentro de uma plataforma digital, para evitarmos transacções informais e também disciplinar os mecanismos de crédito dos insumos. As pessoas que vão estar a beneficiar de créditos no âmbito das nossas linhas de financiamento devem estar registadas na plataforma digital”, afirmou o ministro.
A plataforma digital passará a controlar todas as operações de crédito e comercialização de insumos, permitindo maior controlo fiscal, eficiência logística e combate à informalidade no sector.
“Em todas as operações que são capturadas no sistema, onde estes impostos são pagos, há transparência e controlo de mercadorias”, sublinhou o ministro.
Por fim, o Governo lançou um apelo aos produtores para expandirem a cultura do algodão a outras regiões do País, como forma de diversificar a produção agrícola, estimular o rendimento das famílias rurais e impulsionar a economia local.