Moçambique continuará a liderar a representação mundial dos produtores de algodão até 2026, após a recondução da Associação Algodoeira de Moçambique (AAM) à presidência do Comité Permanente de Produtores do Conselho Consultivo do Sector Privado do ICAC – International Cotton Advisory Committee.
De acordo com um comunicado, o presidente da AAM, Francisco Ferreira dos Santos, foi confirmado no cargo para mais um mandato, reforçando a posição de Moçambique como interlocutor influente nas instâncias globais do sector.
“Esta recondução demonstra o respeito que Moçambique conquistou no seio da comunidade internacional do algodão e reforça a posição do nosso país como interlocutor relevante nas discussões sobre políticas agrícolas, comércio internacional e sustentabilidade, apesar da nossa dimensão insignificante na matriz de produção mundial desta cultura”, afirmou.
O ICAC é um organismo intergovernamental com sede em Washington, fundado em 1939, e reconhecido como parceiro técnico das Nações Unidas para o sector do algodão. O seu conselho consultivo do sector privado tem como missão representar os interesses da indústria algodoeira privada junto dos Estados-membros, promovendo o diálogo, a cooperação e a inovação em toda a cadeia de valor global.
“Moçambique tem-se destacado pela implementação de um modelo de agricultura de fomento integrado, que envolve mais de 100 mil famílias e promove o cultivo do algodão em sistemas diversificados e sustentáveis. Estes sistemas não só contribuem para a diversificação produtiva e a resiliência das comunidades, como também para a regeneração dos solos e do ambiente”, destaca o documento.
A AAM considera o algodão uma “cultura estratégica não apenas para a exportação, mas também para a segurança alimentar das populações rurais, ao integrar na mesma cadeia produtiva culturas como milho, feijão e oleaginosas.” Adicionalmente, o caroço de algodão é apontado como “recurso fundamental para a produção de rações para bovinos e óleos vegetais com uso alimentar e energético, posicionando o sector como âncora para a industrialização, criação de emprego e geração de valor interno.”
Com a manutenção da presidência do comité dos produtores do ICAC, a AAM reforça a sua “capacidade de influência na definição de políticas globais e na defesa dos interesses dos agricultores familiares africanos no palco internacional.”