Fazer operações no mercado internacional, em dólares ou noutras moedas estrangeiras, é uma actividade presente na operação de diversas empresas. Por isso, ter um planeamento focado em “hedge” cambial — também chamado de protecção cambial — é uma prática quase que indispensável.
Isto acontece porque o negócio fica exposto à volatilidade das moedas. Imagine, por exemplo, uma empresa que vai importar cerca de 100 mil dólares em produtos da China e o pagamento acontecerá em duas parcelas. Nesse cenário, uma alta de poucos centavos do dólar pode encarecer significativamente a operação. Muitas vezes, a mudança na cotação da moeda pode inviabilizar o planeamento da instituição.
O mesmo vale para quem está a receber em moeda estrangeira. Quando o dólar ou qualquer outra moeda fica mais barata, a margem da empresa pode ficar comprometida.
É dentro desta realidade que as estratégias de “hedge” cambial se tornam tão relevantes para as empresas. Contar com elas é fundamental para gerar mais previsibilidade para a operação e reduzir riscos que podem acabar com a competitividade do negócio.
Existem diferentes estratégias de “hedge” cambial que as empresas e pessoas físicas podem adoptar. Uma das principais é a trava de câmbio, que é especialmente útil para as instituições que operam no comércio exterior, seja com importação ou exportação.
A abordagem permite garantir uma taxa fixa para a moeda estrangeira que será recebida ou enviada no futuro. Por outras palavras, a trava é acertada quando fecha o contrato de câmbio com a instituição financeira, fixando o preço da moeda. Nesse momento, são definidos detalhes como o prazo do contrato e a data de vencimento.
Quando o dólar ou qualquer outra moeda fica mais barata, a margem da empresa pode ficar comprometida
A partir dessa altura, um exportador, por exemplo, tem a segurança de saber que receberá um determinado valor pela moeda estrangeira, independentemente das flutuações do mercado cambial. A segurança também existe para quem enviará dinheiro para fora.
Quais os desafios de implementar estratégias de “hedge” cambial?
Apesar de ser positivo para o planeamento de empresas e pessoas físicas, executar estratégias de “hedge” cambial costuma envolver certos desafios, especialmente para aqueles que ainda não compreendem o funcionamento do mercado.
Normalmente, procuram soluções em bancos tradicionais, com os quais já têm relacionamento. Porém, como não têm o câmbio como foco, o processo pode ser moroso.
Como a troca não é fluida num primeiro momento, a morosidade afecta o planeamento das empresas. Inclusive, num mercado volátil como o de câmbio, o atraso de apenas um dia pode consumir toda a margem que o negócio tinha naquela operação.
Além disso, a demora até haver a clareza no processo pode gerar incertezas e ansiedade no cliente. É por isso que contar com um parceiro que realmente entenda de câmbio e do funcionamento do mercado é essencial para gerar mais agilidade à sua operação.
Fonte: Braza Bank