Um grupo de pesquisadores da Universidade RMIT, na Austrália, desenvolveu um dispositivo inovador que utiliza painéis solares para extrair água potável do ar. Este avanço tecnológico poderá ser vital em situações de emergência em que o acesso a este líquido é limitado.
O dispositivo, que se assemelha a um copo em tamanho, utiliza uma esponja especial feita de madeira para captar a humidade do ar. Este método promete ser mais eficiente e económico do que as alternativas anteriores, oferecendo uma solução viável para regiões áridas ou afectadas por catástrofes naturais. A tecnologia baseia-se na utilização de materiais higroscópicos, que são capazes de absorver a humidade mesmo em condições de baixa humidade relativa.
O sistema desenvolvido pela equipa da RMIT utiliza um material composto por madeira de balsa, conhecida pela sua leveza e porosidade. Este material é moldado em pequenos cubos que, quando expostos ao ar, absorvem a humidade atmosférica. O processo é activado pela energia solar, que também ajuda a libertar a água absorvida, tornando o dispositivo auto-suficiente em termos de energia.
O dispositivo está equipado com um mecanismo de arrefecimento e um ventilador alimentado por energia solar, que melhora a condensação da água no interior do sistema. Isto permite que a água captada seja libertada de forma eficiente, pronta para consumo. A inovação reside na combinação de materiais acessíveis e de um design inteligente que maximiza a eficiência do processo de extracção de água.
De acordo como o site O Antagonista, as vantagens desta tecnologia são numerosas. Em primeiro lugar, oferece uma solução sustentável e económica para obter água potável, especialmente em regiões onde o acesso às fontes de água tradicionais é limitado. Além disso, a utilização de materiais amplamente disponíveis, como a madeira de balsa, reduz os custos de produção e facilita a implementação em grande escala.
Este avanço tecnológico poderá ser vital em situações de emergência em que o acesso a este líquido é limitado
No entanto, como qualquer tecnologia emergente, há desafios a superar. A eficiência do dispositivo em condições climáticas extremas e a sua durabilidade a longo prazo são aspectos que ainda estão a ser avaliados. Além disso, a capacidade de produção de água por unidade pode ser limitada, exigindo optimizações para responder a uma maior procura.
Para além do projecto RMIT, outras instituições estão também a explorar métodos inovadores de extracção de água do ar. O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), por exemplo, desenvolveu um sistema que utiliza o hidrogénio para captar água em regiões desérticas, com maior eficiência do que as tentativas anteriores. A Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, criou um dispositivo de espuma natural para absorver e libertar água potável sem necessidade de energia adicional.
Estas inovações demonstram o potencial da tecnologia para transformar o acesso à água potável em todo o mundo. Com o progresso da investigação, espera-se que estas soluções se tornem mais económicas e eficientes, contribuindo para a segurança global da água.